O 10º relatório State of Smart Manufacturing, produzido pela Rockwell Automation, mostra que 55% dos executivos da indústria acreditam que o aumento da eficiência operacional é o principal motor para atingir metas de sustentabilidade. A pesquisa ouviu dirigentes de 1.500 empresas em todo o mundo, e quase todos os entrevistados (95%) apontam como prioridade o investimento em novas tecnologias e Inteligência Artificial (IA) para aprimorar práticas ESG e ampliar escala.
O estudo revela ainda que 56% das companhias estão testando soluções de manufatura inteligente — com IA, Internet das Coisas (IoT) e automação — para integrar e otimizar os processos físicos e digitais na produção e na cadeia de suprimentos. Em 20% das empresas, o modelo já é realidade, e outras 20% planejam adotá-lo. Para reforçar impactos ambientais positivos, 38% pretendem usar dados existentes para monitorar a qualidade de produtos e reduzir desperdícios e insumos.
A americana Rockwell Automation atua globalmente com soluções de automação, controle industrial e transformação digital. Segundo a empresa, o estudo oferece “uma visão global dos desafios de hoje e das oportunidades de amanhã” e mostra “como a manufatura inteligente e as tecnologias emergentes estão moldando o futuro da indústria”.
Desafios espinhos da COP (I)
A Pré-COP30, realizada nesta semana em Brasília, resultou em reações divididas. A avaliação é de que o Brasil cumpriu seu papel diplomático, mesmo sem alcançar consensos importantes. A delegação brasileira aproveitou o encontro para mapear “linhas vermelhas” negociáveis e não negociáveis e o saldo é que, de fato, os desafios mais espinhosos — financiamento climático, metas de descarbonização, responsabilidades diferenciadas — só serão enfrentados pelos países em Belém.
Desafios espinhos da COP (II)
Organizações ambientais reconheceram algum progresso na cooperação sobre a transição dos combustíveis fósseis, mas sustentam que o encontro não tratou com a urgência desejada de temas como o combate ao desmatamento e a implementação concreta do Balanço Global de Paris, que identifica lacunas e serve de base para que os países atualizem seus planos de ação climática, principalmente em relação às NDCs – que são as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
Resistência circular (I)
A tentativa de votar o PL 3.899/2012, que cria a Política Nacional de Economia Circular, provocou forte reação do setor produtivo. O projeto, que integra o pacote ambiental que o governo brasileiro quer levar para a COP30, busca reduzir desperdícios e incentivar a reutilização de recursos ao longo das cadeias produtivas. Apesar da importância do tema, entidades empresariais criticam o substitutivo apresentado, alegando que ele impõe mais de 70 novas obrigações e sanções consideradas excessivas — como multas de até 4% do faturamento e suspensão de licenças.
Resistência circular (II)
Além do endurecimento das regras, o empresariado critica a inclusão de “jabutis” no projeto, vistos como fatores de insegurança jurídica. Dois deles tratam de temas alheios à economia circular — transparência em arbitragens e alterações na lei das sociedades anônimas. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o texto adota uma “abordagem inadequada” ao promover a transição verde, ignorando a realidade técnica e econômica das empresas. O impasse deve adiar a votação e reacende o debate sobre como equilibrar sustentabilidade e competitividade no Brasil.
Business nacional verde
As empresas brasileiras estão acelerando rumo à economia verde. É o que mostra o estudo Brasil pelo Meio Ambiente (BPMA) 2025, levantamento anual da Amcham Brasil. Segundo o relatório, os investimentos corporativos em sustentabilidade e descarbonização somam R$ 48,2 bilhões — um salto de 24% em relação ao ano anterior. Lançado em Brasília durante a Pré-COP30, o estudo revela o engajamento crescente do setor privado: o número de empresas participantes passou de 165 para 209, e os projetos mapeados chegaram a 316 — o maior volume desde o início da série, em 2021. Para a Amcham, o resultado mostra que a transição climática já é parte da estratégia de negócios no Brasil.
Corais à beira do colapso (I)
Um novo relatório global produzido pela universidade inglesa Exeter, com apoio da Rede WWF e de 160 cientistas de 23 países, traz um alerta histórico: os recifes de corais de águas quentes estão ultrapassando o ponto de inflexão térmico — e morrendo em escala global. Com o aquecimento prestes a superar 1,5°C, o estudo indica que os recifes, dos quais dependem 1 bilhão de pessoas e 25% da vida marinha, podem desaparecer quase por completo. Um sinal claro de que o colapso climático deixou de ser risco futuro e já começou.
Corais à beira do colapso (II)
O relatório também acende o alerta para outros ecossistemas em risco — como a Amazônia, as geleiras e as correntes oceânicas — que se aproximam perigosamente de seus pontos de não retorno. Ainda assim, há espaço para esperança. Segundo os pesquisadores e o WWF-Brasil, é possível acionar “pontos de virada positivos”, como a adoção em larga escala de energias limpas, restauração florestal e modelos econômicos sustentáveis. A expectativa é que a COP30, em Belém, seja o marco para transformar esse alerta em ação concreta.
Glossário climático
O Sebrae, por meio da sua Agência de Notícias, lançou uma série especial sobre o Glossário Agenda Climática. A iniciativa explica termos-chave e conceitos ligados à mudança do clima, economia verde e negócios sustentáveis. De forma simples e didática, o material ajuda o leitor a entender diferenças entre adaptação e resiliência, justiça climática e regulamentação, além de temas como inventário de emissões e financiamento climático — tudo para tornar o vocabulário da nova economia mais acessível a empreendedores e cidadãos.
Foto: Simon Kadula/Unsplash