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Senado: cada estado precisa ter seu tamanho respeitado

A eleição para as Mesas Diretoras do Senado Federal e da Câmara Federal trouxe frustrações para os brasileiros que acompanham fadigados a política nacional, esperançosos de verem mudanças que permitam um projeto de País que nos tire do terreno lodoso em que estamos.

Difícil, porém, ter resultados diferentes se continuamos votando em descompromissados (e muitas vezes despreparados) candidatos – com raríssimas exceções. Complexo também conseguirmos avanços, sem fazermos reformas que corrijam falhas institucionais que têm arrastado nosso País para longe do desenvolvimento.

Neste artigo, focarei especificamente no Senado Federal e de modo particular em um aspecto que entendemos relevante discutir: o da representatividade dos estados. Se observarmos a Mesa Diretora vencedora, verificaremos a existência de senadores do Amapá (presidente), Tocantins (vice-presidente), Pernambuco, Paraíba, Roraima, Maranhão e Sergipe.

Nenhum estado do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul aparece representado nesta composição. E nem vamos aqui entrar no mérito dos nomes que foram os escolhidos e das amarrações que foram feitas para viabilizar esta Mesa Diretora. No mínimo, caro (a) leitor (a), soa estranho o Senado Federal ser dirigido apenas pelo Norte e Nordeste. Nada contra estas regiões, mas as demais não possuem peso para representatividade?

Neste ponto, entramos no foco principal deste artigo. Diferente do que ocorre na Câmara Federal, onde cada estado tem uma bancada de acordo com o tamanho do eleitorado, o Senado tem uma representação igual. Ou seja, independente do tamanho do estado, da população e da economia, cada estado é representado por três senadores. Isso faz com que São Paulo com mais de 45 milhões de habitantes tenha a mesma representatividade que o Amapá, estado do presidente eleito Davi Alcolumbre, que tem 802 mil habitantes.

Esse modelo, nos parece, dificulta o sentido de representatividade, pois iguala todos os estados, desrespeitando a proporcionalidade eleitoral. É realmente questionável esse formato e entendemos que a mudança pode auxiliar o Senado a canalizar melhor a voz da maioria da população brasileira, inclusive para que cumpra suas missões institucionais de forma corajosa e precisa. O Senado, sabemos, tem condições reais de ajudar o Brasil a voltar ao equilíbrio institucional, enfrentando as arbitrariedades do Judiciário, mas para isso precisa de senadores corajosos e comprometidos e que cada estado esteja representado de acordo com o tamanho de sua população.

O Brasil precisa urgentemente fazer reformas que aperfeiçoem nosso sistema de governo ou teremos cada vez mais dificuldades para sairmos da narrativa do “País do Futuro” para o “País que faz o Futuro no Presente”.

E você, caro leitor, o que pensa? Acredita que o atual modelo do Senado está correto? Enxerga outras reformas necessárias?

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