A rinite alérgica é mais do que espirros e nariz entupido, trata-se de uma inflamação da mucosa nasal geralmente causada por alergias à poeira, ácaros, pelos de animais, pólen de árvores ou flores, poluição e fumaça. Essa reação provoca a liberação de histamina, substância que desencadeia os sintomas típicos da doença, como coceira, congestão e coriza. Embora medicamentos continuem essenciais durante crises, é possível reduzir sua intensidade e frequência adotando estratégias de prevenção que envolvem alimentação e suplementação.
Um passo fundamental para quem deseja controlar a rinite é observar os gatilhos inflamatórios na alimentação. Lácteos, glúten e açúcar não são causadores diretos da doença, mas podem potencializar crises em pessoas predispostas. Reduzir ou consumir esses alimentos de forma consciente, principalmente em momentos de maior exposição a alérgenos, ajuda a diminuir a inflamação e proporciona suporte ao sistema imunológico. Essa mudança simples na rotina alimentar já faz diferença significativa na prevenção de sintomas.
O cuidado com o intestino é outro pilar essencial para o equilíbrio imunológico. Um microbioma desequilibrado aumenta a permeabilidade intestinal, estimula respostas inflamatórias e favorece crises de rinite. Para promover um intestino saudável, recomenda-se o consumo diário de compostos fenólicos, presentes nos chás e infusões. Fibras prebióticas, como farelo de aveia (1 a 2 colheres de sopa/dia) e o uso de probióticos também ajudam a diversificar a microbiota intestinal.
Manter variedade na alimentação é igualmente importante. Frutas, vegetais, fibras e nutrientes que modulam a inflamação devem ser incluídos de forma contínua, como a quercetina, presente no chá verde, cebola e na casca de maçã que tem ação anti-inflamatória e anti-histamínica. E quanto aos laticínios é preciso atenção: enquanto o leite pode agravar a inflamação em algumas pessoas, o iogurte, devido à fermentação, modifica o pH e a estrutura das proteínas e gorduras, sendo geralmente bem tolerado e até benéfico para o intestino, contribuindo para a manutenção da saúde imunológica.
A suplementação estratégica potencializa a prevenção e o controle da rinite. O ômega-3, com pelo menos 1 g/dia de DHA, deve ser ingerido junto a uma refeição para melhor absorção e redução de processos inflamatórios. O magnésio em dose mínima de 200 mg/dia, auxilia na regulação do sistema imunológico. A spirulina consumida 2 g diariamente, reduz mediadores inflamatórios e fortalece a imunidade, enquanto o própolis, em gotas de 15 a 20/dia, atua como antioxidante e anti-inflamatório, protegendo o organismo durante períodos de maior exposição a alérgenos.
Complementando essas estratégias, alguns fitoterápicos são interessantes para esse controle. Petasites híbridos, em 75 mg duas vezes ao dia, diminuem a ação da histamina e aliviam sintomas alérgicos, o Pelargonium sidoides apresenta efeito mucolítico, aliviando a congestão nasal e prevenindo complicações associadas ao excesso de muco e o Zingiber officinale (gengibre), consumido como extrato (200 mg/dia) ou chá (uma colher de sopa, duas vezes ao dia), ajuda a reduzir inflamação e desconfortos nas vias respiratórias.
Quando alimentação equilibrada e suplementação estratégica são combinadas de forma planejada, a rinite alérgica pode ser controlada de maneira eficaz. Reduzir gatilhos inflamatórios, fortalecer o intestino, diversificar a dieta e utilizar ativos nutricionais e fitoterápicos permite que muitas pessoas passem anos sem crises, conquistando mais bem-estar, imunidade equilibrada e qualidade de vida.
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