As riquezas geradas no mundo estão estimadas em US$ 105 trilhões. Este é o valor do Produto Interno Bruto (PIB) global, segundo dados de 2023 do Banco Mundial. E quanto custaria restaurar as áreas degradadas do planeta? Segundo um estudo publicado no portal Land Degradation and Development, o investimento varia de 0,04% a 0,27% do PIB mundial. Ou seja, é algo entre US$ 400 bilhões e US$ 2,8 trilhões por ano, por uma década.
O estudo utilizou dados de 243 projetos de restauração de várias fontes para estimar as faixas de custo para diferentes tipos de restauração. A análise mostra que os valores médios variam de US$ 185,00 a US$ 3.012,00 por hectare. A variação depende do tipo e da medida de restauração.
O texto informa que os documentos dos projetos estudados foram selecionados porque as atividades puderam ser categorizadas em um dos 13 tipos de restauração, que abrangem uma série de intervenções para melhorar a condição da terra por meio de mudanças nas práticas de manejo físico. “Isso inclui tanto a melhoria da gestão da terra sob uso humano quanto a melhoria ou reabilitação da produtividade das terras degradadas, bem como a restauração ecológica que visa restaurar a terra degradada em seu estado natural”, informa o estudo.
Como pagar?
O trabalho informa que o mundo perde cerca de US$ 6,3 trilhões por ano por conta da degradação do planeta e faz um alerta sobre a necessidade de financiamento para a restauração, uma vez que as perdas são observadas em países mais pobres. “Como a maioria desses compromissos é assumida pelos países em desenvolvimento, os mecanismos internacionais de compartilhamento de custos, por meio do clima ou do financiamento privado, são necessários para passar do estabelecimento de metas para a implementação”.
Descoberta extraordinária (I)
Uma pesquisa liderada pelo cientista Mario Murakami, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), descobriu uma enzima batizada de CelOCE (Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme) que pode ajudar a aumentar exponencialmente a produção de biocombustíveis a partir de resíduos vegetais gerados pelo bagaço de cana de açúcar ou de laranja, palha de milho e lascas de eucalipto. A enzina acelera a desconstrução da celulose da matéria vegetal – que é rica em glicose. Este processo é estudado desde o início do século, sem uma solução viável até o momento.
Descoberta extraordinária (II)
O estudo foi publicado pela revista Nature e a conclusão é que o achado pode resultar numa maior quantidade de biocombustíveis, sem a necessidade de ampliar áreas de plantio. Em reportagem do portal Movimento Econômico, Murakami sustenta que a sua descoberta pode potencializar a produção de “quatro grandes classes de biocombustíveis: o etanol de segunda geração, e hidrocarbonetos, como o SAF, o bioquerosene sustentável de aviação; o diesel verde e a gasolina verde”. “Essa descoberta potencializa qualquer tipo de biorefinaria”, afirmou.
Clima americano (I)
A Aliança Climática dos Estados Unidos, um colegiado composto por 24 estados e territórios americanos – como Guam e Porto Rico – emitiram ainda em janeiro uma carta aberta ao mundo sustentando que os membros seguirão perseguindo as metas do Acordo de Paris, apesar da decisão de Donald Trump de se retirar do compromisso assinado em 2015. O grupo representa quase 60% da economia dos EUA e 55% da população do país e tem como objetivos desenvolver políticas para reduzir as emissões coletivas de gases de efeito estufa em 26% até 2025, em comparação com 2005. Segundo a Aliança, a meta está prestes a ser alcançada.
Clima americano (II)
“Nossos estados e territórios continuam a ter ampla autoridade sob a Constituição dos EUA para proteger nosso progresso e promover as soluções climáticas de que precisamos”, diz a carta. “Isso não muda com uma mudança na administração federal”, continua o texto, acrescentando que é “fundamental que a comunidade internacional saiba que a ação climática continuará nos EUA”. Fazem parte da Aliança os governos do Arizona, Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Havaí, Illinois, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Nova Jersey, Novo México, Nova Iorque, Carolina do Norte, Oregon, Pensilvânia, Rhode Island, Vermont, Washington e Wisconsin.
Brasil na OPEP+
O governo brasileiro decidiu aceitar o convite de grandes produtores de petróleo e entrar no OPEP+, um braço do cartel que reúne os 13 países com maiores reservas de combustíveis fósseis. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, considera natural que o País participe das discussões de estratégias sobre o petróleo. Ambientalistas de todos os matizes acreditam que o Brasil pegou a contramão da história e vai deixar uma mancha difícil de apagar exatamente no ano em que recebe a Conferência do Clima da ONU (COP30), que acontecerá em Belém.
(Foto: Juli Kosolapova/Unsplash)