DESTAQUE DA REDAÇÃO
Pular para o conteúdo


KARLA KUSTER CABECA hojesc

Reflexões sobre “Every Breath You Take”

Quem já ouviu, ou dançou à icônica música dos anos 80 “Every Breath You Take” pode não ter percebido que, na verdade, a letra retrata a história de um stalker. Eu mesma confesso que não havia notado isso até que a geração “millennial” me fez reavaliar a canção sob uma nova perspectiva.

Para exemplificar, encontrei a letra em sites de música: “Cada suspiro que você der, cada movimento que você fizer, cada laço que você quebrar, cada passo que você der, eu estarei te observando.” Embora a melodia soe inocente, ao analisarmos mais profundamente, fica claro que, se essa canção fosse lançada hoje, seria interpretada como a narrativa de um perseguidor obsessivo.

A letra prossegue com a melodia suave de 1983: “Oh, será que você não enxerga que você pertence a mim? Como meu coração dói a cada passo que você dá.”

Coincidentemente, o termo “stalker” também surgiu na década de 1980, descrevendo perseguições obsessivas, especialmente a celebridades. Originário do verbo inglês “to stalk”, que significa “perseguir à espreita”, o termo ganhou notoriedade após a morte de John Lennon, assassinado por um suposto fã que o perseguiu. No Brasil, o stalking virou crime em 2021, com penas que variam de seis meses a dois anos de prisão.

Uma simples pesquisa na internet revela até “manuais de como stalkear alguém”, que oferecem dicas sobre como localizar pessoas em redes sociais, verificar seus comentários e curtidas, e acompanhar suas ações. Clonar seus acessos e acessar em outros celulares e computadores é algo muito simples.

Hoje, perguntas como: Com quem? Quando? Onde? Por quê? podem ser facilmente respondidas pelos rastros que deixamos online.

No ambiente corporativo, o impacto dessas informações pode ser prejudicial tanto para proprietários quanto para funcionários. Já ouvi relatos como: “Apresentou atestado médico, mas postou fotos na praia!” ou “Reclama que não tem dinheiro, mas está viajando.”

É comum que bisbilhotemos as redes sociais de amigos e colegas, mas é fundamental ter cuidado para não ultrapassar os limites do aceitável. Muitos entrevistadores, por exemplo, fazem pesquisas na internet sobre os currículos que recebem. Assim, é crucial ter cautela com o que se expõe publicamente nas redes sociais.

Aqui algumas “velhas” dicas:

1. Não exponha sua família – evite postar fotos de seus filhos com uniformes ou em traje de banho, essas fotos podem ser usadas indevidamente por ladrões de perfil;

2. Não use as redes sociais como um diário – se preserve;

3. Cuidado com a ortografia!!! Tem muitos erros de português constrangedores nas redes sociais;

4. Cuidado com suas opiniões – evite discussões polêmicas, a internet não foi feita para discussões como políticas, por exemplo;

5. Não fale mal de pessoas ou empresas na rede social. Isso é totalmente desnecessário e não pega bem para você;

6. Não aceite toda a solicitação que chega para sua rede de relacionamento. Seja seleto e aceite somente seus amigos.

Lembre-se: quando você coloca algo nas redes sociais, você tem que assumir que esta informação estará lá permanentemente e não adianta deletar, afinal hoje é muito fácil tirar um print da tela pelo celular.

Leia outras colunas da Karla Küster aqui.