DESTAQUE DA REDAÇÃO
Pular para o conteúdo


FERNANDA GHIGNONE CABECA HOJESC

O que você come protege você dos danos da poluição

Você já pensou que aquilo que respiramos todos os dias pode impactar diretamente a nossa saúde celular? A poluição do ar, cada vez mais presente nas grandes cidades, não afeta apenas o sistema respiratório, mas age de forma silenciosa, desencadeando processos inflamatórios e oxidativos dentro do nosso organismo. Esse cenário invisível é responsável pela produção excessiva de radicais livres, substâncias que danificam as células e aceleram o envelhecimento, além de aumentar o risco de doenças crônicas.

Esse desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo em neutralizá-los é chamado de estresse oxidativo. Quando somos expostos diariamente à poluição, principalmente à fumaça liberada pelos carros, indústrias e até à queima de lixo, o nosso corpo reage produzindo substâncias instáveis que, se não forem neutralizadas, podem causar danos às células e aos tecidos do organismo.

O estresse oxidativo causado pela poluição pode se manifestar de diversas maneiras no nosso corpo, como o cansaço excessivo, baixa imunidade, inflamações recorrentes, envelhecimento da pele, alterações hormonais e até alterações no humor. Isso acontece porque os radicais livres podem danificar membranas celulares, alterar proteínas responsáveis por funções vitais e até causar mutações no DNA, o que compromete o funcionamento normal das células.

Felizmente, a nutrição tem um papel importante nesse processo. Por meio da alimentação, podemos estimular as defesas antioxidantes do nosso corpo, reduzindo o impacto negativo da poluição. Um dos principais caminhos é fornecer compostos bioativos capazes de neutralizar os radicais livres e, ao mesmo tempo, estimular as enzimas antioxidantes endógenas, como a glutationa, catalase e superóxido dismutase.

Nesse contexto, alguns fitoquímicos se destacam, como a curcumina, presente na cúrcuma, que atua diretamente inibindo vias inflamatórias e potencializando enzimas protetoras. Outro grupo fundamental são as antocianinas, encontradas em frutas vermelhas, como mirtilo, amora e framboesa, que não só reduzem o dano celular causado pela poluição, mas também melhoram a saúde vascular e cerebral.

Além disso, compostos como quercetina (encontrada na casca da maçã e da cebola), resveratrol (presente na uva) e os flavonoides do cacau têm efeitos comprovados na redução da inflamação e no aumento das defesas antioxidantes naturais do corpo. Essas substâncias atuam reforçando as barreiras contra os danos oxidativos.

Outro ponto importante é que muitos desses fitoquímicos têm ação epigenética, ou seja, conseguem modular a expressão de genes envolvidos na proteção contra o estresse oxidativo. Isso significa que os efeitos positivos desses nutrientes vão muito além, eles conseguem promover uma reprogramação metabólica.

E como trazer tudo isso para o dia a dia de forma prática? Pequenas escolhas na alimentação já fazem toda a diferença. Um bom começo é incluir pelo menos uma fruta vermelha todos os dias, como morango ou amora. Temperar os pratos com cúrcuma, pimenta-do-reino e outras especiarias. Consumir o chá verde diariamente, quente ou gelado, e utilizar cacau 70% ou mais em preparações para reforçar as defesas naturais. E para quem deseja potencializar esse cuidado, o uso de suplementos fitoterápicos ricos em glutationa é uma excelente opção, mas sempre orientado por um profissional.

Cuidar da alimentação vai muito além de estética ou emagrecimento. Estamos falando de prevenção e proteção celular. A poluição pode até ser inevitável no cenário atual, mas podemos fortalecer nosso organismo por dentro, garantindo mais energia, disposição e qualidade de vida todos os dias.

Leia mais colunas da Fernanda Ghignone aqui