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KARLA KUSTER CABECA hojesc

O preconceito no mundo dos negócios

O ano é 2025 e ainda nos deparamos com a discriminação contra gêneros.

O interessante é que muitos da geração 80/90 cresceram ouvindo Ney Matogrosso, Cazuza, Renato Russo, George Michael, Ricky Martin, famosos e talentosos que viveram suas orientações sexuais abertas. No entanto, persiste uma discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+, enraizada em uma cultura que despreza o que é considerada “diferente”.

Não podemos esquecer que historicamente os LGBTQIAPN+ enfrentaram rótulos negativos no ambiente de trabalho, igrejas e alguns locais públicos. Esse preconceito se arrastou durante décadas e mesmo com o movimento dos anos 60 – sexo, drogas e rock’n roll – isso não foi esquecido.

Dentro da religião muitos indivíduos acreditam que o homossexualismo ou a diversidade de gênero são imorais, são doenças ou pecado. Aqui eu preciso falar do Papa Francisco que abordou esse tema com um olhar inclusivo, enfatizando a importância de acolher e respeitar a todos independentemente de sua orientação sexual. Ele disse: “Quem sou eu para julgar?” em relação a pessoas homossexuais que buscam viver de maneira justa.

Francisco foi um Papa que falou muito sobre dignidade humana, afirmando que a igreja deve acolher e não excluir. Isso abriu os olhos do mundo para esse tema quando chama a atenção para a necessidade de se combater o preconceito e promover a igualdade.

E dentro do empreendedorismo, o que acontece?

É muito estranho pensar que existe diferenças entre as pessoas, além de diferenças intelectuais e culturais, mas na sociedade existe e quando falamos de empreendedorismo LGBTQIAPN+ estamos falando sobre negócios dessa comunidade.

No mundo da moda, designers como Yves Saint Laurent e Gianni Versace foram revolucionários. Esses empresários ajudam a aumentar a visibilidade da comunidade e a inspirar outros.

Ainda assim, os empreendedores LGBTQIA+ enfrentam preconceitos ao buscar financiamentos e parcerias, o que dificulta seu crescimento.

O legal é que para vencer esses obstáculos, novas redes de apoio estão surgindo. Um exemplo notável é o ClubQ+, um grupo que promove o networking entre empresários LGBTQIAPN+ e que eu tive a grata satisfação de ter sido convidada a conhecer, devido a essa minha coluna que fala sobre empreendedorismo e negócios.

Em 2023, Fabrizio Marangoni, especialista em desenvolvimento humano, criou um Clube de Negócios e Networking em São Paulo, especificamente para empresários LGBTQIAPN+. Esses eventos reúnem empresários, executivos e profissionais liberais em um ambiente seguro e acolhedor, já realizados em várias cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Curitiba.

Marangoni destaca que a comunidade LGBTQIA+ é estigmatizada e que trazer essa discussão para o corporativo é essencial.

Além de Fabrizio Marangoni o psicólogo clínico Volnei Pinheiro abordou a importância da saúde mental e inclusão, destacando que pessoas LGBTQIAPN+ têm 50% mais chances de sofrer de depressão e 500% mais chances de suicídio em comparação aos homens heterossexuais cisgêneros.

Dia 28 de junho comemoramos O “Dia da Consciência LGBTQIAPN+” ou “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+”. É uma oportunidade para refletir sobre a importância da inclusão também no empreendedorismo e nos negócios.

Leia outras colunas da Karla Küster aqui.