O jargão é velho. Batido. Mas ainda funciona. “O futebol é o ópio do povo”!
Os efeitos que o ópio produz são, de maneira resumida, relaxamento, alivio, euforia. Conhecem algum esporte que produz essas mesmas sensações?
Vivemos numa sociedade que nos impõe responsabilidades gigantes. Nos impõe rotinas desgastantes. Nos impõe conceitos necessários para que tenhamos recursos para nosso dia a dia. E, na maioria das vezes, não mostra as válvulas de escape necessárias para que tenhamos momentos de lazer, de ócio, de diversão. Aí entra o futebol.
Não há como negar que percentual muito expressivo da população tem no futebol uma de suas únicas formas de diversão. O mundo deles gira em torno de sua rotina de atividades e de trabalho. Escapam dela quando se envolvem com seu clube de coração.
Quando há a vitória, a alegria, a motivação, a euforia, tomam conta dos operários das fábricas, dos motoristas que ficam no caos diário de trânsito, dos trabalhadores de escritório com tarefas repetitivas e modorrentas, dos operários da construção civil com seu dia pesadíssimo, das salas de aula com alunos sonolentos e nem sempre atentos. Enfim, as tarefas rotineiras, estressantes, repetitivas tornam-se mais leves, mais agradáveis. É inegável que o dia fica melhor.
O efeito social que o futebol produz não é mensurável. Quando se consegue fazer com que as pessoas sejam mais felizes, o produto final delas fica melhorado, sua produtividade sobe, a qualidade de suas atribuições melhora. É um ciclo virtuoso.
Esse é um dos motivos que faz com que alguns idealistas incursionem por esse mundo. Nem todos pensam em dinheiro e em benesses. Alguns pensam sim em buscar gerir melhor o futebol para que aqueles que talvez não tenham uma condição tão privilegiada, possam ter alguns dias mais gostosos para aproveitarem em suas vidas.
Já que não se pode mudar o mundo, que o nosso esporte continue sendo o “ópio do bem”. Que seja a fonte de alegria, de encanto, de sensação de pertencimento que muita gente quer e precisa!