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INTERNACIONAL

Lula pede a Trump retirada de tarifa extra sobre produtos nacionais e de medidas contra autoridades

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a “retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, segundo informou o Palácio do Planalto. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência nesta segunda-feira, 6.

Ainda segundo a nota, Lula recebeu a ligação de Trump e os dois trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Os líderes dos dois países “acordaram encontrar-se pessoalmente em breve”.

Conforme fontes do governo, há chance de um encontro pessoal entre eles até o fim do mês, na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A reunião do grupo é anual e visa a promover o desenvolvimento na região do Sudeste Asiático. Os dois já confirmaram presença no evento.

A possibilidade foi, inclusive, sugerida na conversa pelo presidente Lula, que também reiterou o convite a Trump para participar da COP-30, em Belém (PA), e se dispôs a viajar aos Estados Unidos.

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos foi “positiva”, sem dar mais detalhes. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a realização da videochamada foi costurada durante este fim de semana.

Em setembro, na Assembleia-Geral da ONU, Trump disse que haveria um encontro entre os dois. Na ocasião, o presidente dos EUA discursou logo após Lula. Segundo Trump, o presidente brasileiro parece “um homem muito agradável” e, no breve encontro que tiveram no local, houve uma “química excelente” entre eles.

“Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro”, diz a nota do governo Lula.

Segundo o Planalto, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin; o chanceler Mauro Vieira; e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Além dos três, também acompanharam a conversa desta segunda o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, e o assessor especial Celso Amorim.

No X, Lula também comentou a reunião. “Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente.”

O tarifaço foi principal tema da videoconferência, mas há muita discrição das fontes para indicar até onde o Brasil está disposto a avançar nesse diálogo. Tudo é feito com muita parcimônia para que não se perca o controle da situação e com avaliações sobre até onde o País pretende prosseguir sem ultrapassar linhas da diplomacia. Segundo uma fonte, a principal missão desse contato foi “manter a porta aberta para o diálogo”.

Em 30 de julho, o governo Trump impôs uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%. Na ocasião, a Casa Branca atacou o governo brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de “milhares de seus apoiadores” como alvos de “violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.

No mesmo dia, o governo dos Estados Unidos aplicou sanções a Moraes com a Lei Magnitsky. O magistrado tornou-se a primeira autoridade de um país democrático a ser punida com a norma, criada para restringir direitos de violadores graves dos direitos humanos, como condenados por tortura, tráfico humano e assassinatos em série. Outros ministros do STF, ministros de Estado e familiares deles também tiveram punições aplicadas pelos EUA, como a revogação do visto americano.

Imagem: Gerada por IA

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