Enquanto o comércio eletrônico registra leve retração no Brasil, lojas físicas avançam e seguem como protagonistas na experiência de compra dos consumidores. Segundo relatório da Stone, em maio de 2025, o varejo físico cresceu 0,5%, ao passo que o e-commerce apresentou queda de 3,1%. No comparativo anual, as vendas digitais recuaram 0,8% em relação a maio de 2024, enquanto o comércio presencial teve alta de 0,4%.
O cenário reflete um comportamento que vem se consolidando ao longo do ano: os consumidores seguem conectados, mas demonstram maior interesse em experiências presenciais de compra. A preferência por visitar lojas físicas, tocar nos produtos e contar com o atendimento direto tem sustentado a relevância desse canal.
Em Santa Catarina, essa tendência é ainda mais evidente. Dados de 2024 da Fecomércio-SC mostram que 77,9% dos catarinenses ainda preferem comprar em lojas físicas. Embora muitos iniciem o processo de decisão pesquisando na internet, a finalização da compra costuma ocorrer nos pontos de venda.
Um estudo mais recente, realizado pelo Observatório de Negócios do Sebrae/SC reforça essa tendência. Para 50% dos entrevistados de Florianópolis, as lojas físicas do Centro da cidade são o principal canal para compras de moda e vestuário, à frente do comércio eletrônico, citado por quase 38%. Em Chapecó, a porcentagem é ainda maior, com 83% dos entrevistados optando pelas compras presenciais.
A Berlanda, maior rede varejista de Santa Catarina, confirma esse movimento. Apesar de registrar bons resultados em sua operação digital, cerca de 95% do faturamento da empresa ainda vem das lojas físicas.
“Temos percebido que o cliente quer mais do que preço: ele quer segurança, quer ver o produto, conversar com o vendedor, negociar. Nossas lojas oferecem esse contato direto, que gera confiança e fidelização”, explica Eloir Tluszc, gerente de vendas do Grupo Berlanda.
A movimentação no setor não exclui o digital, que segue recebendo investimentos e evoluindo, mas destaca a complementaridade entre os canais. Para empresas como a Berlanda, o caminho tem sido integrar tecnologia e atendimento presencial, ampliando as possibilidades de relacionamento com o cliente.
Foto: Divulgação
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