Você já sentiu aquela vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo do trabalho? Acredite, não é só você.
Em 2025, o mundo corporativo está enfrentando uma onda de “revenge quitting” — traduzindo, demissões “por vingança”.
Profissionais estão deixando seus empregos não apenas por melhores salários, mas para dar um recado: “Se não me valorizam, eu vou embora!”
Imagine a cena: Ana, 32 anos, analista de marketing em uma grande empresa, passa noites revisando relatórios enquanto seu chefe ignora suas ideias. Ela pediu home office para equilibrar a vida pessoal, mas ouviu um “aqui é presencial”. Cansada, Ana se demite e leva consigo anos de experiência. Esse é o “revenge quitting”: uma saída com gosto de desabafo.
Segundo a revista Forbes (jan/25), no mundo, 28% dos empregados em tempo integral esperam ver mais casos de demissões por vingança em seus locais de trabalho em 2025, e 4% planejam fazer isso eles mesmos.
No Brasil, o fenômeno cresce mesmo em um mercado onde jovens enfrentam mais dificuldades para encontrar trabalho do que os mais velhos. Não é só uma questão de dinheiro — é sobre reconhecimento e frustração acumulada.
Por que isso está acontecendo agora?
A pandemia mudou o jogo. Muitos descobriram que dá para ser produtivo de casa, mas muitas empresas insistem no retorno total ao escritório. No Brasil, o modelo híbrido tem ganhado espaço e lidera em engajamento, enquanto o presencial puro deixa a desejar.
Muitas empresas aderiram ao híbrido, mas ainda há resistência porque muitas estão exigindo a volta do presencial, batendo de frente com colaboradores que valorizam o equilíbrio vida-trabalho. Está aí a grande vilã, quando o funcionário sente que sua voz não importa, ele responde com a demissão e isso não é só a Geração Z, mas também os mais experientes.
Um amigo, gerente de uma startup em Curitiba, me contou que perdeu três talentos porque insistiu em reuniões presenciais desnecessárias. Resultado? Eles foram para concorrentes que oferecem flexibilidade de horários e autonomia.
Para as empresas, o prejuízo é pesado. Substituir um funcionário custa caro, incluindo recrutamento, treinamento e perda de produtividade, isso pode chegar a 200% do salário anual do funcionário. Pior é o estrago que muitas vezes é invisível: equipes desmotivadas, inovação travada, reputação abalada.
Quem sai, como Ana, às vezes encontra alívio em empresas que valorizam ideias, mas nem todos acham estabilidade ao trocar de emprego.
O que fazer? Quase simples: líderes precisam ouvir.
O modelo híbrido veio para ficar, se adaptar a ela é sinônimo de sobrevivência. Valorizar ideias, oferecer crescimento e respeitar limites é o mínimo.
O emprego formal não é acompanhado de satisfação, reter talentos evita perdas enormes. Investir na retenção pode evitar perdas bilionárias.
O que você está fazendo para evitar que sua equipe saia pela porta dos fundos? A mensagem é clara: quem não cuida, perde.
