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ALEXANDRE TEIXEIRA CABECA hojesc

Itália vive nas Mercês

Quem conhece um pouco o mercado dos vinhos sabe das dificuldades burocráticas de importação, com alta carga tributária, e também a logística de terceiro mundo, ineficiente e cara. Os importadores brasileiros são guerreiros e o mercado por vezes flutua muito, gerando insegurança e matando quem não é bem organizado ou não tem fluxo de caixa gordo.

Já falei na coluna de um produtor português a Quinta da Ervideira. Ele foi um dos poucos produtores que acreditando no mercado brasileiro resolveu empreender em nossas terras. Ele montou a própria importadora e por conta disso consegue apresentar preços mais competitivos, conseguindo colocar o seu vinho em condições de competir com concorrentes de alta gama.

Esse modelo de negócio é o mesmo do italiano Pietro Lavelli, que está introduzindo no mercado paranaense e brasileiro os seus vinhos produzidos na região de Desenzano Del Garda. Pilandro é um rótulo novo para o mercado, e me foi apresentado no evento Gran Empório no Shopping Muller. São sete vinhos diferentes, desde espumantes, passando por brancos, rosés e tintos. Vinhos rústicos que entregam boa qualidade e bom preço. Essa propriedade de apenas 7 hectares de vinhas é um exemplo de produtividade e qualidade.

O espumante deles é muito bom, aromático. As bolinhas na taça (perlage) são pequeninas, finas e muito persistentes. Os aromas são de frutas brancas e mel, e na boca é bastante fresco, intenso em com acidez na medida certa. É um blend de três uvas Pinot Grigio, Chardonnay e Glera. Boa compra e tenho certeza de que na próxima primavera/verão fará sucesso junto com um prato de mariscos ou camarão grelhado na manteiga.

Os dias frios da última semana caíram perfeitamente bem com o Pilandro 70 Anni. Um monocasta Merlot, que passa 24 meses estagiando em barricas de carvalho, e que tem impressionantes 15% de teor alcoólico. Vinho que precisa esperar um bom tempo aberto para respirar bastante para entregar todo o seu potencial. Este vinho não dá para abrir e ir tomando, ele precisa de tempo. Os vinhedos do 70 Anni estão localizados ao sul do Lado di Garda. Na taça ele possui uma cor rubi intensa, negra, tem aromas de frutas maduras e especiarias, como pimenta, e na boca é bastante equilibrado, como tons de chocolate e café, e acidez intensa mas equilibrada.

A Adega Pilandro apesar de ser na Itália tem sede em Curitiba, no bairro das Mercês, uma quadra da antiga Torre da Telepar, um marco no turismo da capital. Fica ali na rua Pedro Pizzato número 20. Ótima oportunidade para os curitibanos e por quem está à passeio na cidade. Vinhos que ainda estão num bom preço, mas que com certeza devem aumentar por conta da sua qualidade. Sucesso à Pilandro, ao Pietro, e à sua esposa Patrícia Martini, curitibana da gema.

Dicas da semana

1 – espumante branco Pilandro Gran Cuvée. Safra 2022. 11% de teor alcoólico. Na Adega Pilandro de Curitiba por R$ 69,99.

2 – vinho tinto Pilandro 70 Anni. Safra 2021. 15% de teor alcoólico. Na Adega Pilandro de Curitiba por R$ 139,90.

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