Quando escrevi a coluna de semana passada, o episódio com o então técnico do Fluminense ainda não havia acontecido. Renato e sua filha foram incisivos quando disseram que não queriam mais ouvir o que estavam ouvindo de pessoas que não possuem as condições necessárias para fazê-lo.
Quem leu a coluna, lembra o que escrevi. Temos formadores de opinião corretos e sem interesse paralelo e também temos influencers que tem como meta apenas crescer o seu número próprio de views e likes. Posam como defensores das cores do clube, mas na verdade o que querem é para eles e não para o coletivo.
Renato Gaúcho já possui posições financeira e histórica consolidadas. Possui uma estátua em sua homenagem num dos clubes mais tradicionalistas do País (o Grêmio). Suas passagens como treinador de Grêmio, Flamengo e Fluminense certamente já deixaram seus bolsos cheios o bastante para viver a vida em paz. Não precisa ficar ouvindo bobagens de quem usa dele para se autopromover. Não precisa aguentar pressão gerada por esse tipo de cidadão que as redes sociais produziram. Simples assim!
E o que isso tem a ver com o mote principal de nosso bate-papo semanal que é dinheiro agregado ao futebol? Tudo!
O Fluminense está na Copa do Brasil e está na disputa do Brasileirão. Quanto perderá (financeiramente falando) se houver insucesso na Copa? Quanto deixará de ganhar por cada posição que venha a perder na tabela do Brasileirão (lembro que as premiações são pagas de acordo com a classificação final de cada equipe)?
Claro que não temos bola de cristal para saber como será o final do ano da equipe. Mas para quê gerar essa instabilidade? Para quê gerar essa imprevisibilidade? Quem ganha com isso?
Será que Renato Gaúcho (e não estou aqui para protegê-lo) é tão pior que Zubeldia (que veio substituí-lo)? Por qual motivo trouxeram Renato se não confiavam es suas valências?
Os influencers (claro que não foi apenas esse o motivo, mas certamente foi um dos que mais pesou) ajudaram o clube de coração deles a terem problemas financeiros. Ajudaram a causar instabilidade. Ajudaram a atrapalhar…
Quem ganhou? Quem empatou? Quem perdeu?
Influencers ganharam likes e não serão cobrados acaso o que pediram (saída de Renato) seja ruim para o clube.
Renato empatou pois voltou a viver sua vida com menos stress sem a cobrança de pessoas que nada agregam a ele e que só o utilizam como trampolim para aumentar sua visibilidade própria. Perde o Fluminense que vai para dois torneios de muita importância e com muita receita agregada, tendo que começar de novo um trabalho…
Encerro hoje nosso bate-papo semanal, entristecido. Pela manhã li que Paulo Soares, o Amigão, faleceu. Junto com Antero Greco (para o qual também prestei reverência meses atrás, quando de sua partida), formou talvez a dupla mais bacana de jornalistas esportivos brasileiros. Eram mestres em dar notícia com muita clareza e bom humor. Que Deus os tenha consigo! Farão falta nesse jornalismo “encaixotado” que presenciamos hoje em dia. RIP!
Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.