DESTAQUE DA REDAÇÃO
Pular para o conteúdo


GLENN STENGER CABECA hojesc

Só com fair flay financeiro mudaremos os campeões!

Já tocamos no tema aqui outras vezes. Mas nunca de forma isolada, só dele.

Não há hoje um modelo de disputa que cause tanta disparidade quanto um campeonato de pontos corridos. Sei que vão dizer que sou louco, mas essa é a verdade! Não é pelo fato de todos jogarem contra todos, de termos o mesmo número de jogos para todas as equipes, que todos joguem uma “em casa” e outra “fora de casa” contra todos os adversários, que o campeonato é justo.

O que acontece é que todas as equipes entram na mesma guerra. Isso é fato. Mas algumas entram para guerrear com estilingue enquanto outras entram com poderio de fogo absurdo.

Não há como, num campeonato que tem 38 rodadas, ser campeão com apenas um time montado. É necessário que se tenha uma equipe (não um time) onde reservas e titulares se equivalham. Se um precisar sair, o outro reporá com qualidade. Muito acontece durante o torneio (contusões, cartões, vendas) e a equipe oscilará se as reposições não tiverem níveis qualitativos semelhantes.

E aí entra o fair play financeiro. Ou se colocam valores teto para aquisições e para folhas de pagamento, ou só Flamengo, Palmeiras e SAFs com recursos ganharão os títulos. Esses têm poder de fogo de grosso calibre, algumas outras equipes entram com revolveres antigos e outras apenas empunhando estilingue. Eles têm equipes enquanto alguns sequer têm um time.

Estabeleçamos o Flamengo como exemplo. A folha de pagamento mensal já está em cerca de 40 milhões. Eles têm os maiores talentos. Escolhem quem querem e quem precisam. Tem reposições à altura para todas as posições. Se não forem campeões, certamente estarão entre os 3 primeiros. E isso se perpetuará enquanto o caixa do clube estiver bancando essa estrutura toda.

Outras equipes, disputando o mesmo campeonato, tem orçamento total anual na casa de 100 milhões. Algo próximo a 2 meses e meio só da folha do Flamengo. Se alguém acha que se pode competir, me diga como. Não há nenhuma “justiça” nesse modelo.

O fair play é interessante para o business futebol. Condições mais igualitárias tornam as disputas mais acirradas e eletrizantes. E quanto mais as disputas forem equilibradas, mais jogos “importantes” acontecerão no campeonato. Principalmente nas 3 últimas rodadas, já é praxe termos ao menos 5 jogos que pouco ou nada valem. Não mais motivam, não mais dão emoção. Por consequência não vendem, não monetizam.

A proposta é igualar, dar o mesmo padrão para todos? Obviamente que não. A “César o que é de César”. Não se pode colocar Flamengo e Juventude no mesmo patamar. O propósito do fair play é estabelecer limites que façam com que a disparidade não seja tão absurda. Só isso.

Com esses limites implantados deixaremos de iniciar o Campeonato Brasileiro, ano após ano, cientes das 4 equipes que disputarão o título e também cientes das 6 ou 7 equipes que estarão brigando para não ser rebaixadas.
Sigamos o exemplo das grandes ligas. Eles sabem ganhar dinheiro muito melhor do que nós!

Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.