O Brasil, mais uma vez, assiste a um escândalo de corrupção, desta vez atingindo aposentados e pensionistas. Foram R$ 6,3 bilhões desviados com até 4,1 milhões de vítimas. É mais que corrupção — é uma covardia que rouba a dignidade de quem trabalhou a vida toda. E o pior: onde estão as punições? Será que o crime, mais uma vez, vai compensar?
Esse esquema, que sangrou os mais vulneráveis, está longe de ser um acidente, caro (a) leitor (a). É a cara de um Brasil onde as instituições apodrecem. O INSS, que deveria ser escudo dos aposentados, virou balcão de negócios. A Polícia Federal e a CGU apontaram fraudes com assinaturas falsas e descontos liberados “em lote”, sem checagem. O Congresso, que deveria gritar por justiça, patina em guerras partidárias e na omissão. Uma CPI foi protocolada, mas até agora é só promessa.
Devolver o dinheiro, como promete o governo, entendemos que é o mínimo. E o pagamento da traição? Mais importante é cadeia para os ladrões — do lobista “Careca do INSS” aos servidores que venderam a alma por propina.
Sem punição severa, a mensagem é clara: roube, que o Brasil continua perdoando. A probidade do governo também está em xeque. Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, caiu por pressão, não por decência. Tempos difíceis!
A decadência do INSS reflete a falência das instituições. O órgão, que já foi símbolo de proteção social, hoje é palco de fraudes bilionárias. O Judiciário, que deveria ser farol, prefere holofotes. O Congresso, casa do povo, barganha emendas enquanto aposentados são vítimas, além de tantas outras realidades que tão bem conhecemos.
Como disse Alexis de Tocqueville, “a corrupção de um povo começa pela indiferença às suas leis”. Estamos aí, inertes, enquanto o Brasil definha.
Esperamos punição, esperamos punição de verdade.
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