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Quem é você?

Pergunta comum quando não se conhece ou não se reconhece alguém. As vezes não vemos alguém há muito tempo e acabamos por fazer essa pergunta por não reconhecer a pessoa. Mas, se isso for perguntado à você pelo seu pai ou sua mãe? Desculpe, isso obviamente lhe chocou. Hoje a temática é pesada e chocante, porém muito atual.

Há alguns anos houve a entrega do “Oscar” de melhor ator para o genial Anthony Hopkins, por sua interpretação magistral em “Meu pai”, filme que, como outros nessa linha, mostra o drama de uma filha que tem um pai que mora sozinho e recusa cuidadores mas, é um questão imperiosa diante das confusões que ocorrem com ele, pertinentes à memória e outras situações cognitivas que dificultam na execução de situações rotineiras.

Nessa mesma linha o filme “Para sempre Alice” que também deu um Oscar de melhor atriz à Julianne Moore, em 2014, por sua magnífica atuação vivendo uma professora de Harvard, especialista em lingüística, que no melhor momento da sua vida pessoal e profissional é diagnosticada com Alzheimer.

E o que dizer do impagável filme espanhol “Viver duas vezes”, quando um professor de matemática, interpretado pelo surpreendente Oscar Martinez, começa a ter problemas de memória e comportamento e resolve partir em busca de seu grande amor de infância, antes que perca a capacidade de reconhecê-la. A interpretação da garotinha que faz papel de sua neta, rouba a cena diversas vezes.

A doença de Alzheimer, é o tipo de demência mais conhecida, por ser de maior prevalência, 60% dos casos, mas é uma das 80 variedades de demência, seguida pela vascular. No Brasil, pesquisas revelam que 10% da população com 65 anos ou mais sofrem desse mal.

A relevância do diagnóstico precoce se dá, face ao fato de sabermos atualmente que a doença inicia-se pelo menos 20 anos antes dos primeiros sintomas. Cruel muito cruel.

O desgaste físico e mental, dos familiares que convivem com pacientes nessas condições é muito grande. A estrutura com fisioterapias, cuidadores, médicos, etc… é para poucos.

Temos no Brasil aproximadamente 211.000.000 de pessoas considerando 1/3 com mais de 65 anos, nos daria aproximadamente 70.000.000 de pessoas, pelas estatísticas 10% são acometidos, teríamos então em torno de 7.000.000 de pessoas que em algum momento perguntarão para seus próprios filhos “Quem é você?”

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