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ECONOMIA

Bolsas têm novo dia de caos e dólar salta a R$ 6,06

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Os mercados globais têm mais um dia de caos nesta quarta-feira (9), com novos desdobramentos na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Na véspera, o presidente americano, Donald Trump, elevou as tarifas sobre as importações chinesas em mais 50%; agora, a alíquota total chega a 104%. Em resposta, o governo chinês anunciou na manhã de hoje que vai responder com uma tarifa adicional de 50% sobre importações americanas, levando a retaliação aos EUA a uma taxa total de 84%.

A notícia de novas tarifas na China pesa sobre os investimentos globais, que, pela manhã, tentavam esboçar uma recuperação. Quem se beneficia são os ativos de proteção: por volta das 09h30, o ouro tinha alta de 2,80%, a US$ 3.068,01 a onça-troy. Na outra ponta, o petróleo chegou a cair mais de 6%, renovando os menores níveis desde janeiro de 2021. O WTI para maio caía 6,13%, a US$ 55,95 o barril, enquanto o Brent para junho cedia 5,81%, a US$ 59,15 o barril.

Os índices futuros de Nova York também indicam que as Bolsas americanas devem ter mais um dia de perdas. No mesmo horário, o futuro do Dow Jones caía 1,92% e o Nasdaq cedia 1,54%. O índice VIX, conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, inverteu sinal da manhã e subia 9,15%, a 57,02, pontos, segundo dados do Investing.com.

Europa

As bolsas europeias começaram o pregão em queda, indicando dificuldades em sustentar os números positivos vistos na terça (8). Nos primeiros momentos de negociação, as perdas superaram os 2% em todas os principais mercados da Europa. Mas os índices de ações acentuaram a desvalorização após a notícia das tarifas na China.

A Bolsa de Londres (FTSE 100) acelerou a queda para 3,82%, enquanto as baixas em Paris (CAC 40) e Frankfurt (DAX) foram a 3,75% e 3,87%, respectivamente. As bolsas de Milão (FTSE MIB), Madri (IBEX 35) e Lisboa (PSI 20) também apresentaram desvalorização, com quedas de 4,12%, 3,31% e 3,11%, nesta ordem.

No mercado brasileiro, o dólar à vista abriu a sessão com alta de 0,60% ante o real, mas logo acelerou o movimento. Às 09h30, a moeda americana dava um salto de 1,21%, a R$ 6,069. O câmbio brasileiro voltou aos patamares registrados em janeiro, anulando boa parte dos ganhos que o real vinha conseguindo acumular ante o dólar em 2025.

O Ibovespa também não escapou. Às 10h04, na abertura, o índice brasileiro tinha queda de 0,40%, a 123.440,12 pontos.

Bolsas na Ásia sem direção única

Antes do anúncio da China, as bolsas asiáticas fecharam o pregão desta quarta-feira sem direção única. A Bolsa de Tóquio encerrou em queda, com o índice Nikkei do Japão em queda de 3,93%, atingindo 31.714,03 pontos, após a implementação das novas taxas.

Em Taiwan, o índice Taiex liderou as perdas com queda de 5,79% nas negociações em 17.391,76 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi teve uma diminuição de 1,74%, a 2.293,70 pontos. Já o índice S&P/ASX 200 da Austrália recuou 1,80%, fechando em 7.375,00 pontos.

Por outro lado, em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,68% a 20.264,49 pontos, e o Xangai Composto avançou para 1,77% a 1.823,61 pontos.

Os mercados asiáticos haviam apresentado alta na última terça-feira, com os índices subindo 6% em Tóquio, 2,5% em Paris e 1,6% em Xangai, mas voltaram a cair nas negociações de quarta-feira após anúncio de uma nova elevação nas tarifas sobre produtos chineses nos EUA.

O ministério chinês classificou o aumento de tarifas adicionais pelos americanos como “um erro em cima de outro” e alega que a medida infringe gravemente os direitos e interesses legítimos da potência asiática, além de prejudicar o sistema comercial multilateral baseado em regras e impactar “seriamente” a estabilidade da ordem econômica global. “É um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, diz o ministério, em nota.

Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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