O Dia da Terra, celebrado em 22 de abril, nasceu em 1970 como um grito de alerta. De lá para cá, a consciência ambiental cresceu, mas também aumentaram as ameaças ao equilíbrio do planeta. O balanço climático de 2024 mostra que o ano passado foi o mais quente de uma série histórica de 175 anos.
Houve mais aquecimento dos oceanos e derretimento de geleiras. Dados preliminares indicam que a concentração de gases de efeito estufa continuou a aumentar, superando os recordes de 2023. A produção de lixo segue em alta, a degradação de ecossistemas não cessa e as perdas de biodiversidade são flagrantes. Eventos extremos se repetem pelo mundo.
O relatório Estado do Clima Global, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), reforça a necessidade de ações urgentes para conter as agressões ao planeta. Os indicadores mostram que o tempo para cumprir os compromissos climáticos está se esgotando. Não se trata apenas de preservar, mas de restaurar o que foi perdido.
De novo, fica a questão: Até quando a Terra suportará a pressão de um modelo de desenvolvimento que consome mais do que a natureza pode regenerar? No Dia da Terra, o único registro significativo é de quem ainda estamos aqui!
Moda suja (I)
“A produção de roupas dobrou e a duração caiu 36%”. Com mensagens deste tipo, o Dia Internacional do Resíduo Zero, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), e comemorado em 30 de março, teve como alvo as indústrias têxteis e de moda, em razão do estímulo ao consumo excessivo. “O verdadeiro custo da moda é mais do que o que está na etiqueta – ele se reflete na poluição, no desperdício de água e nas emissões.”
Moda suja (II)
As agências da ONU afirmam que, todos os anos, cerca de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis são produzidos globalmente. A cadeia de tecidos e roupas responde por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa e por 9% da poluição por microplásticos que chegam aos oceanos. A produção industrial consome 215 trilhões de litros de água – o equivalente a 86 milhões de piscinas olímpicas – e 15 mil produtos químicos são usados no processo de fabricação têxtil.
Campeão Climático
O empresário Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Iochpe Maxion, será responsável por incluir as demandas dos participantes que não têm direito a voto nas discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). Isso inclui pautas da sociedade civil, a academia, governos subnacionais e o setor empresarial. Ele foi nomeado Campeão Climático e passa a integrar a equipe que comanda o encontro que será realizado em novembro, em Belém, ao lado do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e de Ana Toni, diretora executiva.
Glossário da COP
Para quem ainda não está familiarizado com os termos das discussões sobre o clima que acontecerão na COP30, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) elaborou um glossário para facilitar a compreensão da linguagem da conferência da ONU. A publicação está disponível no site da organização e é um guia resumido dos termos e contextos mais usados quando se fala sobre mudanças climáticas. Traz também uma linha do tempo das edições da COP, desde 1995, e curiosidades sobre o encontro global.
Gases da pecuária
Um artigo de pesquisadoras brasileiras, publicado na revista Environmental Science and Pollution Research, indica que a produção pecuária nacional, do modo como é realizada atualmente, poderá emitir o dobro de gases de efeito estufa (GEE) em relação às antigas metas ambientais assumidas pelo Brasil (redução de 43% das emissões em comparação com 2005). Uma reportagem da Agência Fapesp divulga a pesquisa assinada por Mariana Vieira da Costa, Daniela Debone e Simone Miraglia. Elas informam que “as emissões do setor podem variar de 0,42 a 0,63 gigatonelada de CO2 equivalente (GtCO2e) até 2030, enquanto o limite para atender à meta da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) seria de 0,26 GtCO2e”.
Currículo Azul
A educação sobre os oceanos fará parte das matérias escolares no Brasil. O chamado Currículo Azul será integrado às atividades de escolas de todo o país e adaptado às realidades regionais e locais. A iniciativa é pioneira no mundo e faz parte de um compromisso assinado pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A implementação envolverá a colaboração de universidades federais, autoridades locais e redes escolares. A iniciativa integra ações da Década dos Oceanos – 2021 a 2030.
Economia limpa
O Banco do Brasil deverá disponibilizar linhas de financiamento para estimular projetos de transição energética e descarbonização da economia brasileira. O BB deve oferecer US$ 700 milhões em duas linhas de crédito que serão lançadas entre maio e julho. A informação foi divulgada em uma live do portal Um Só Planeta.
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