
Vivemos em uma era onde o que antes era ficção científica agora é notificação. Máquinas que escrevem, pensam, traduzem emoções em algoritmos e decidem em segundos o que antes demandava anos de pesquisa. A inteligência artificial chegou para ficar não como uma ferramenta distante, mas como uma presença constante no nosso cotidiano, no trabalho, nas relações e até na forma como percebemos a nós mesmos.
Mas diante de tanta tecnologia, me pergunto e te provoco: quem estamos nos tornando?
Não é mais sobre saber operar ferramentas digitais. É sobre entender como permanecer humano em um mundo onde até a empatia já começa a ser simulada por robôs. Esse não é um artigo técnico. É um chamado. Um convite à consciência.
A tecnologia avança. E a humanidade?
Enquanto modelos de linguagem como o ChatGPT já escrevem textos inteiros, enquanto a IA detecta doenças com mais precisão que especialistas, e enquanto avatares humanos ganham “vida” em metaversos e vídeos hiper-realistas… muitos de nós ainda estão lutando para lidar com emoções básicas, como escuta ativa, empatia, propósito.
Vivemos um paradoxo curioso: máquinas estão se tornando mais humanas e humanos cada vez mais automatizados.
É aí que mora o perigo.
Não da IA. Mas da nossa passividade diante dela. Do risco de entregarmos o comando da nossa criatividade, discernimento e autenticidade a sistemas que, por mais inteligentes que sejam, jamais terão alma.
O novo analfabeto do século XXI
Já dizia Alvin Toffler: o analfabeto do futuro não será quem não sabe ler ou escrever, mas quem não consegue aprender, desaprender e reaprender. Em 2025, essa frase ganhou nova camada de sentido.
Hoje, o profissional mais valorizado não é o que tem mais diplomas, mas o que consegue combinar inteligência artificial com inteligência emocional. O que entende que ferramentas mudam, mas princípios não. Que dados são importantes, mas histórias movem o mundo.
Você pode ter a IA mais avançada na sua empresa. Mas se sua equipe não souber se comunicar, cocriar, adaptar e inovar de forma humana, ela continuará sendo apenas… uma máquina de fazer mais do mesmo.
Liderar é despertar
Trabalho com inovação há mais de uma década. Acelerei startups, estruturei programas de transformação digital e vi muita tecnologia promissora morrer na praia por falta de liderança com visão e coragem. E o contrário também: ideias simples se tornarem revoluções silenciosas por trás de mentes que entenderam que inovar é mais sobre pessoas do que sobre produtos.
Em um mundo obcecado por performance, talvez o verdadeiro diferencial seja voltar ao essencial: pessoas despertas.
Despertas para si. Para o outro. Para o impacto de cada decisão.
Inteligência Artificial + Consciência Humana = Futuro Viável
Não somos contra a IA. Somos a favor de um novo tipo de humanidade que saiba usá-la com propósito. Que saiba que delegar tarefas é estratégico, mas terceirizar pensamento crítico é perigoso.
A tecnologia precisa nos libertar, não nos entorpecer. Ela deve ser aliada da nossa melhor versão aquela que cria, conecta, sente, transforma.
Esse é o futuro que quero cocriar. E te convido para isso.
Porque, no fim das contas, máquinas podem até aprender rápido. Mas só os humanos podem ensinar com alma.
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