Nesse momento é até difícil escrever ou falar sobre outra situação pertinente ao futebol. O grande assunto é a Copa do Mundo. Por esse motivo, vamos à parte 3 dessa “série”.
Fui contrário há mais de 90% das opiniões que me deram acerca do campeonato. E agora, já do meio para o fim, vejo que minha teimosia estava correta em vários dos pontos discutidos.
– Falei que os compradores dos direitos teriam que promover o torneio que compraram. Pagaram por isso e precisam ter retorno. Não estão mentindo, mas estão supervalorizando. Simples assim. No restante do mundo o impacto da competição continua muito abaixo da expectativa. Talvez melhore da fase semifinal em diante, mas o campeonato é um todo e não podemos apenas medir por 3 jogos finais.
– O nível técnico tem diferença abissal sim. Os times tupiniquins começaram fazendo até que um alvoroço. Mas aí veio a diferença técnica. Palmeiras e Fluminense ainda continuam. Mas não acredito, de verdade, que chegarão à final da disputa.
– Europeus “peso-pesado” estão macetando o torneio. Por todas as situações que já citamos antes, mas principalmente pela data em que está acontecendo. Jurgen Klopp disse que foi a pior ideia implementada no futebol. Já Guardiola disse que seus atletas estão liberados para passear, jogar golfe, ir à praia. Nada de preocupação excessiva com o resultado.
– Os europeus querem ganhar? Obvio! Já os obrigaram a estar ali. Agora querem o melhor resultado. Mas, se pudessem, todos estariam curtindo suas férias em outros lugares ou, até mesmo ali próximos, na Disney.
– É muito dinheiro de premiação? Depende. Para os brasileiros é algo “sobrenatural”. Para os europeus é um bom valor apenas. Ainda não consegui entender como funciona o exato custeio das despesas. Isso é muito representativo, pois os prêmios estão sendo mostrados e todos estão maravilhados. Mas o valor das despesas é gigante e, se for arcado por cada participante, o prêmio desce substancialmente de patamar.
Devemos ainda ter a parte 4 desse nosso bate-papo. Mas reafirmo. Se não houver mudança significativa no formato, nas datas, no diálogo entre FIFA e UEFA esse pode ser o primeiro e último Mundial nesse formato. Não se afagarão todos os interesses nunca, mas muitas situações precisam ser acertadas para que se tenham os europeus mais interessados.
E não sejamos hipócritas. Sem o futebol europeu isso tudo perde a graça e o valor.
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