Olá meus amigos, que satisfação estarmos juntos mais uma vez para nosso momento dedicado à esse tema tão importante para as nossas vidas, não é mesmo? Dificilmente alguém vá afirmar que a saúde mental é algo a ser ignorado hoje em dia, ainda mais quando se trata de ambiente de trabalho. É senso comum. Mesmo assim, é muito corriqueiro, para não dizer, normal, encontrar pessoas com a mente cansada, prestes a estourar e ocupando as mais diversas posições dentro das organizações.
Aposto que você já conseguiu visualizar em sua cabeça alguém, ou algumas pessoas, não é mesmo?
Durante nossa jornada aqui no portal HojeSC, abordaremos vários ângulos sobre nossa mente e imagino que está muito claro a importância do tema e os benefícios de programas que priorizem o bem-estar dos colaboradores, incluindo, é claro, a preocupação com a saúde mental de cada pessoa. Entretanto, não é tão comum como deveria ser, encontrar empresas com relevantes ações sobre o tema, infelizmente.
Diante dessa percepção, talvez, as normativas e legislações precisaram apertar um pouco. Recentemente tivemos o Burnout reconhecido como doença ocupacional. Também conhecida como a Síndrome do esgotamento, a doença “ganhou” reconhecimento expresso e foi incluída na nova atualização da lista de doenças ocupacionais divulgada pelo Ministério da Saúde. Isso significa, que o nexo causal entre o trabalho e o esgotamento mental, está mais evidenciado.
Aqui é uma opinião particular, mas infelizmente penso que algumas coisas só funcionam quando são obrigatórias e geram impacto financeiro. As empresas precisam estar muito bem preparadas, com uma gestão de pessoas em constante atualização e líderes com o perfil que consiga compreender os impactos financeiros, organizacionais e de segurança, que a falta de cuidado com as emoções das pessoas podem gerar para toda a organização.
Ou seja meus amigos, essa questão do burnout, foi um grande marco para as empresas. Ao se tornar uma doença ocupacional, os empresários deveriam estar cada vez mais investindo em programas, treinamentos para manter um ambiente de trabalho mais saudável e próspero. Ocorre que não é o que encontramos por aí. Existem empresas exemplares, mas ainda são a minoria.
Quando olhamos para os dados, o número impressiona. De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem de burnout. Um terço da nossa mão de obra está doente. Um terço da engrenagem que move nosso país está doente. Um a cada três trabalhadores, está doente. É muita coisa. É muito grave.
Diante do enorme número de trabalhadores emocionalmente debilitados pelo trabalho, o Estado mais uma vez se viu obrigado a tomar novas medidas. No final de julho de 2024 (muito recente), tivemos mais uma grande alteração normativa com impacto direto no cotidiano de cada uma das empresas que possuem operações no Brasil.
Agora, notícia fresquinha. A NR-01 teve uma importante atualização, tornando o cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho, assunto de extrema relevância. Com essa atualização, além dos riscos físicos, químicos e biológicos, as empresas vão precisar comprovar ações para prevenir os riscos psicossociais.
Vejam o que as empresas vão precisar se atentar. Agora é obrigatório. A nova redação da NR-01 obrigará as empresas a elaborarem, documentalmente, relatórios sobre a gestão dos riscos psicossociais na organização. Deverá ter meios de garantir que os colaboradores não adoeçam mentalmente devido a sobrecarga ou qualquer outro ambiente de trabalho desfavorável.
O que isso significa para você? Reflitam …
O fato é que programas internos em prol da saúde emocional dos colaboradores vão ganhar muita força, pois são esses programas que farão com que você, empresário e empresária, possam cumprir a nova determinação e de quebra, mesmo que forçado, colher muitos benefícios de uma equipe saudável, feliz e motivada.
A nova redação entrará em vigor em alguns meses, para que as empresas possam ter tempo de se preparar para as novas exigências normativas. Então é agora que precisamos olhar para “dentro de casa”. É nesse período que o RH deverá ser preparado, treinado, estruturado, aprimorado, ou qualquer outra necessidade para que possa lidar com as novas determinações da melhor maneira possível. Treinamentos para as lideranças são fundamentais. Desenvolver colaboradores com saudabilidade emocional preservada, passará a ser uma questão obrigatória.
Acreditem, a gestão de pessoas vai ganhar novos desafios e grande relevância, uma vez que a atuação do RH, mais do que nunca, vai impactar diretamente em todos os pontos de qualquer empresa (resultado, reputação, clima organizacional, segurança, sustentabilidade, financeiro, entre outros).
Já falamos nas últimas semanas sobre diversas vantagens, desvantagens, consequências, importância, relevância e impactos da saúde mental no ambiente de trabalho, mas agora as normas, as legislações estão incorporando cada vez mais tal preocupação, exigindo dos líderes maiores habilidades no cotidiano da empresa e consequentemente, muito mais responsabilidades dos empresários sob a temática.
Saúde mental está se tornando um dos principais pontos de gestão da empresa. Sempre fui um grande defensor de que o profissional de RH é um dos cargos mais estratégicos dentro de uma empresa. Agora ainda mais. Empresário que não reconhece os sinais, ou pior, que os ignora em prol de uma empresa mais “produtiva”, enfrentará grandes problemas em breve, não tenho dúvidas. A saúde mental deve ser uma das prioridades organizacionais e as normas e legislação estão corroborando para que o lucro, o sucesso sejam consequências de atividades e processos cada vez mais saudáveis.
Invistam em seus colaboradores, preserve e proteja sua integridade física e principalmente emocional. São eles que estão na ponta, falando com o cliente, expondo seus produtos, fabricando seus produtos. São eles que estão prestando o serviço em seu nome. Se guiados de forma respeitosa, saudável, leve, porém mostrando suas responsabilidades e obrigações, a empresa certamente vai prosperar e a sua reputação estará pautada nos preceitos éticos, transparentes e responsivos que toda organização deveria priorizar.
E aí, sua empresa está preparada para cuidar das emoções do seu time?