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SILVIO LOHMANN CABECA hojesc

Carros elétricos ganham baterias em estado sólido

carros eletricos ESG

O conglomerado Stellantis — responsável por marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Alfa Romeo, Dodge, Chrysler, Ram, Maserati, Abarth, Lancia, Opel e Vauxhall — deve começar a utilizar baterias em estado sólido a partir de 2026, em alguns de seus modelos elétricos. Desenvolvida pela Factorial Energy, a tecnologia oferece maior densidade energética e carregamento mais rápido.

O modelo apresentado alcançou 375 Wh/kg (watt-hora por quilograma). Isso significa pelo menos 25% mais eficiência do que as atuais baterias de íons de lítio, as mais usadas pela indústria automotiva. O resultado é mais potência em uma estrutura menor, o que se traduz em maior autonomia para os veículos.

Em comunicado à imprensa, a Stellantis apontou algumas vantagens em relação às baterias “convencionais” de íons de lítio, ressaltando a redução significativa no tempo de carga: de 15% para mais de 90% em apenas 18 minutos, à temperatura ambiente. Além disso, “as células fornecem alta potência, suportando maiores demandas de desempenho em veículos elétricos”. Os testes indicam ainda que a bateria opera com eficiência em temperaturas de -30°C a 45°C.

As baterias em estado sólido substituem os eletrólitos líquidos à base de lítio por materiais densos, como polímeros, sulfetos ou óxidos. A função permanece a mesma: transportar elétrons entre o cátodo e o ânodo para alimentar o veículo. Há também experimentos por uma solução intermediária, com eletrólitos em gel.

Montadoras como Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW, Toyota, Honda e Ford também investem em baterias em estado sólido. Além do desafio tecnológico, a transição exige uma reestruturação completa da cadeia produtiva. As fábricas atuais de baterias não podem ser reaproveitadas.

Bolsa verde
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovou a criação da Green Impact Exchange (GIX), a primeira bolsa americana voltada exclusivamente a ativos vinculados à economia verde, sustentabilidade e critérios ESG. O mercado é estimado em US$ 35 trilhões. A previsão é que as operações comecem no início de 2026. A GIX resulta da união de profissionais com ampla experiência em negociações em bolsas globais.

Geoengenharia solar (I)
O Reino Unido deve ser o palco dos primeiros experimentos com geoengenharia solar. A técnica consiste em bloquear parcialmente a luz solar para reduzir o aquecimento global, por meio do lançamento de partículas reflexivas na atmosfera ou da criação de nuvens artificiais. O governo britânico investiu US$ 62 milhões na iniciativa. Segundo a estatal ARIA (Agência de Pesquisa e Invenção Avançada), os testes serão realizados em uma área limitada do território inglês e totalmente controlados.

Geoengenharia solar (II)
Uma reportagem do The Guardian informa que “cientistas sêniores” classificaram o programa da ARIA como uma “distração perigosa” em relação à urgência de reduzir emissões de carbono, comparando a medida a “tratar câncer com aspirina”. Ainda segundo o jornal, “os defensores da geoengenharia solar argumentam que a pesquisa é essencial como um freio de emergência contra o aquecimento global”, diante do fracasso global em conter o avanço das emissões.

China verde
Em meio à disputa comercial com os Estados Unidos, a China vem demonstrando resiliência e ampliando sua influência internacional. O presidente Xi Jinping anunciou um novo compromisso climático: reduzir de forma ampla as emissões de gases de efeito estufa até 2035, abrangendo todos os setores da economia. Atualmente, o país se compromete apenas com a redução das emissões de dióxido de carbono (CO₂) na geração de energia.

Novo gigante chinês
O maior navio do mundo para transporte de veículos partiu do porto de Jiangsu, na China, com destino ao Brasil, no último domingo (27/04). Batizado de BYD Shenzhen, o cargueiro transporta 7 mil veículos da montadora chinesa em sua primeira viagem internacional. A embarcação tem 219,9 metros de comprimento, 37,7 metros de largura e 12 pavimentos, com capacidade para até 9.200 automóveis. O Brasil é o principal mercado da BYD fora da Ásia. O Shenzhen possui dois tipos de propulsores: um convencional e outro movido a Gás Natural Liquefeito (GNL), navegando a cerca de 34 quilômetros por hora.

Conquista paranaense
A paranaense Nano4you, especializada em produtos de limpeza sustentáveis com base em nanotecnologia, recebeu o certificado internacional de Empresa B (Certified B Corporation). Trata-se de um dos principais reconhecimentos globais ligados à agenda ESG — que reúne práticas ambientais, sociais e de governança. A certificação é concedida pela B Lab, rede internacional que promove mudanças nos sistemas produtivos em favor de uma economia inclusiva, equitativa e regenerativa.

Gestão climática
Especialistas do WRI Brasil lançaram o guia “Como preparar seu município para a emergência climática”, voltado a gestores públicos. A publicação reúne informações, marcos legais, diretrizes de governança em gestão de risco e desastres (GRD), além de orientações sobre adaptação climática. Somente em 2024, as perdas econômicas provocadas por eventos climáticos extremos no Brasil já superaram R$ 35 bilhões, segundo a organização.

Foto: HaberDoedas/Unsplash

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