Depois de muitas idas e vindas, sabemos agora que o técnico de nossa seleção será o italiano Carlo Ancelotti.
A CBF, que tanto criticamos, buscou talvez o melhor técnico do mundo para dirigir sua esquadra, rumo à próxima Copa.
E o que podemos especular por aqui? O que nos cabe dizer?
Primeiro: é deprimente que se tenha tido que esperar tanto tempo pelo sim dele. Em tempos passados nossa “moral” era muito superior à de hoje. No primeiro estalar de dedos qualquer técnico do mundo viria imediatamente.
Segundo: não há o que falar sobre Carlo. Seu currículo responde por ele. Campeão por onde passou, respeitado, dono de estilo de jogo muito atrativo. Pode ser, inclusive, que consiga devolver parte do brilho perdido pela seleção, se conseguir implantar sua filosofia.
Terceiro: não é apenas uma crítica rasa. É uma constatação. Os técnicos brasileiros estão anos luz atrás dos técnicos europeus. Por isso buscou-se alguém de fora. Prova pura da falta de competência da tal CBF Academy.
Quarto: não será uma missão fácil. Mesmo para ele, com toda a bagagem que possui. Jogadores brasileiros não são mais o que já foram. Imprensa, empresários e a política nefasta da CBF podem atrapalhar o trabalho.
Quinto: adaptação. Ele só trabalhou na Europa. Treinou equipes de ponta. Nada é perfeito, mas a organização e a disciplina europeias dão de dez a zero na nossa. Quando ele vier a conhecer a esculhambação, o jeitinho, a falta de planejamento do Brasil, não sei se não se arrependerá de não ter escolhido o mundo árabe ao invés de nossa pujante e democrática nação…
Sorte a ele. Que consiga trabalhar e implantar seus conceitos. Que possamos, novamente, ter orgulho de nossa seleção e que ela novamente imponha respeito, imponha medo aos adversários.
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