Pular para o conteúdo
MARCUS VIDAL CABECA hojesc

Blondie: o pop-dance-punk de Debbie Harry

Formada em Nova York no ano de 1974, a banda Blondie misturou pop e disco music na efervescência punk. Sua vocalista, Debbie Harry, símbolo sexual da época, mostrou sua banda ao mundo com muita maestria. Seu terceiro álbum, Parallel Lines, lançado em 8 de setembro de 1978, foi um verdadeiro sucesso de público e crítica. Formada, na época, por Debbie nos vocais, Jimmy Destri nos teclados, Frank Infante e Chris Stein nas guitarras, Nigel Harrison no baixo e Clem Burke na bateria, o álbum lançou seis single de sucesso. A produção ficou a cargo de MikeChapman.

blondie parallel lines

Hanging On The Telephone, a faixa de abertura do álbum, é uma explosão de energia. Essa cover da banda The Nerves traz um riff de guitarra poderoso, vocais cheios de urgência por Debbie Harry e uma batida acelerada que captura a essência do power pop.

One Way Or Another é um clássico carregado de atitude. Com sua linha de baixo marcante e a performance vocal ameaçadora de Harry, a música é um hino de determinação (e talvez obsessão). A mistura de elementos punk com um refrão pop é irresistível. “One way or another, I’m gonna find ya, I’m gonna getcha, getcha, getcha, getcha, One way or another, I’m gonna win ya, I’m gonna getcha, getcha, getcha, getcha, One way or another, I’m gonna see ya, I’m gonna meetcha, meetcha, meetcha, meetcha, One day, maybe next week, I’m gonna meetcha, I’m gonna meetcha, I’ll meetcha.”

Mais introspectiva, Picture This combina romantismo e vulnerabilidade em uma balada espetacular. As guitarras limpas e o sintetizador atmosférico criam uma paisagem sonora que complementa a letra, uma das mais doces do álbum. “Picture this, a day in December, Picture this, freezing cold weather, You got clouds on your lids and you’d be on the skids, If it weren’t for your job at the garage, If you could only oh-oh, Picture this, a sky full of thunder, Picture this, my telephone number, One and one is what I’m telling you, oh, yeah.”

Fade Away And Radiate é hipnótica. A faixa incorpora um tom sombrio. As guitarras de Robert Fripp (King Crimson) adicionam uma textura experimental, contrastando com a suavidade dos vocais de Harry. É um exemplo da profundidade artística do álbum.

Pretty Baby é uma homenagem aos ícones de beleza e glamour. A canção é otimista e levemente nostálgica. As harmonias vocais são o destaque, remetendo à música pop dos anos 1960.

I Know But I Don’t Know tem vocais principais de Frank Infante. É mais crua e lembra as raízes punk da banda. A dissonância e os riffs de guitarra criam um clima desconcertante, adicionando variedade ao álbum.

Uma das joias escondidas do álbum, 11:59 mistura melancolia e paixão. A melodia é maravilhosa, e a instrumentação equilibrada permite que os vocais se destaquem.

Will Anything Happen? é uma explosão de energia punk-pop. A batida acelerada e o refrão repetitivo tornam a faixa memorável. É simples, direta e mantém o ritmo do álbum.

Uma das canções mais doces e agradáveis, Sunday Girl tem uma vibração retrô inspirada no pop francês. A melodia é charmosa e descontraída, e a entrega de Harry é espetacular.

O maior hit do álbum e um marco da música disco. Com seu groove dançante, sintetizadores brilhantes e vocais etéreos, Heart Of Glass redefiniu o som da banda, gerando controvérsias entre puristas do punk, mas conquistando as pistas de dança ao redor do mundo. “Once I had a love and it was a gas, Soon turned out, had a heart of glass, Seemed like the real thing, only to find, Mucho mistrust, love’s gone behind, Once I had a love and it was divine, Soon found out I was losing my mind, It seemed like the real thing, but I was so blind, Mucho mistrust, love’s gone behind.”

I’m Gonna Love You Too, cover de Buddy Holly, é uma homenagem ao rock ‘n’ roll clássico. É divertida e energética, mas talvez a faixa mais “leve” em termos de impacto no álbum.

Just Go Away fecha o álbum com uma nota sarcástica e cheia de atitude. A entrega vocal de Harry aqui é cheia de desprezo, enquanto a instrumentação é alegre e acelerada.

Parallel Lines é um exemplo perfeito de como o punk pode coexistir com o pop, disco e rock clássico. A produção de Mike Chapman foi essencial para dar polimento ao som da banda, mas sem sacrificar sua autenticidade. Cada faixa tem sua própria personalidade, e o álbum tem uma inovação sonora. É puro rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

Leia outras colunas do Marcus Vidal aqui.