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Danielle Sommer CABECA - HOJESC

Aurora Boreal: documentário pelo olhar de um curitibano

Cenas captadas em países como Islândia, Finlândia, Suécia, Groenlândia, Canadá, Alaska, Noruega e Ilhas Faroé, sob temperaturas extremas e luz mínima foram transformadas no documentário “Aurora Boreal: O Amor em Forma de Luzes e Cores”, dirigido por Júlio Mauro e que estreia no dia 8 de julho.

As imagens foram geradas durante as expedições do brasileiro Marco Brotto, O Caçador de Aurora Boreal, que convive intimamente com o fenômeno desde 2011. O trabalho traz imagens gravadas ao longo de 14 anos e 173 expedições de Brotto pelo Círculo Polar Ártico. Ele investiga, com profundidade e delicadeza, o poder transformador desse fenômeno raro para os olhos, para a ciência e para o espírito humano.

“Essa proximidade real do Marco com a aurora confere autenticidade rara às imagens”, explica o diretor Júlio Mauro, conhecido por seus trabalhos premiados no Canal Off e na Globo. Mais do que visualmente impactante, o documentário se destaca por sua abordagem científica acessível.

Narrado com poesia e precisão, o filme parte de uma provocação instigante: o que leva alguém a caçar um espetáculo natural tão efêmero? A resposta vem em forma de imagens que parecem saídas de um sonho, relatos emocionantes de viajantes e uma trilha narrativa que trata a aurora como uma entidade viva – algo que conversa, revela e transforma.

Durante o filme, o renomado astrônomo José Luiz da Silva, ex-integrante do Projeto Apollo, explica com clareza os processos solares e magnéticos por trás do espetáculo. Já o oftalmologista Dhiogo Correa detalha como o olho humano se adapta à escuridão polar e percebe as cores das auroras – de forma que varia entre uma pessoa e outra, tornando a experiência ainda mais individual.

Mas é no plano emocional que o filme atinge seu ponto mais alto. Silêncios, lágrimas e sorrisos diante de um céu verde fluorescente compõem uma narrativa sensível sobre como a aurora toca algo profundo em quem a testemunha. “É como se ela devolvesse a cada pessoa um pouco de si mesma”, resume Brotto.

A estreia oficial de Aurora Boreal: O Amor em Forma de Luzes e Cores vai acontecer em Curitiba, no dia 8 de julho, exclusivamente para convidados. Ainda no dia 8, logo após a exibição de estreia, o público poderá conferir o documentário na íntegra, pelo Youtube, no canal www.youtube.com/c/marcobrotto.

Brotto promove expedições com, em média, 25 pessoas e roteiros para destinos como Islândia, Lapônia e Noruega. “Viajar sozinho pela Islândia, por exemplo, é muito desafiador e perigoso. Diariamente ocorrem situações muito distantes da realidade dos brasileiros. Além disso, sem participar de uma expedição guiada, aumentam muito as chances do turista voltar para casa sem ter visto a aurora boreal”. Com mais de dez anos de experiência com viagens em grupo, Brotto soma mais de 170 expedições, com 100% de visualização de auroras até aqui.

“Durante 100% do tempo, o Sol está emitindo plasma para a Terra. Seja de explosão solar, de um buraco coronal ou por soltar um filamento. Esse plasma entra em contato com o campo magnético da Terra e é levado para os polos do planeta, tanto para o Polo Sul, quanto para o Polo Norte. No Polo Sul, temos a Aurora Austral e, no Polo Norte, a Aurora Boreal. Quando esse plasma rompe nosso campo magnético, ele se choca com os elementos da atmosfera. Isso provoca uma energia! Essa energia explode e aí temos as cores no céu”, explica Brotto sobre o fenômeno.

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