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POLÍTICA

Comissão da Alesc debate ocupação de leitos, fila de espera e vacinação

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A alta ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e as filas para procedimentos eletivos dominaram a apresentação do relatório das ações da Secretaria de Estado da Saúde (SES), ocorrida em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), nesta quarta-feira (28).

A prestação de contas relativa aos primeiros quatro meses de 2025 atende a uma obrigação Constitucional para divulgação dos dados do estado sobre indicadores de saúde, auditorias e demonstrativos de gastos e fontes de recursos.

“A apresentação do relatório tem como finalidade possibilitar a troca de informações sobre os desafios, ao mesmo tempo em que mantemos a força de fiscalização da Assembleia”, destacou o presidente da Comissão de Saúde da Alesc, deputado Neodi Saretta (PT). “Existe a preocupação contínua com as filas para consultas especializadas e procedimentos. A revisão de tabelas do SUS é fundamental para fazer essa fila andar”.

Atualmente, o estado conta com 1445 leitos de UTI ativos e pouco mais de 100 disponíveis para internação. Foram realizadas 883.811 cirurgias em Santa Catarina desde 2023, sedo 348.806 eletivas, 303.468 de emergência e 204.537 ambulatoriais oftalmológicas.

“Fila de espera sem fim”

A gerente de planejamento da SES, Manoela Schilickmann, admitiu durante a audiência pública que a fila de espera é o maior desafio dos gestores de saúde. “A fila de espera não tem fim”, afirmou. “Estamos analisando com cuidado a situação de cada especialidade para reforçar esse enfrentamento”.

Habilitação estadual

A medida para buscar uma redução da espera, segundo a superintendente de serviços especializados e regulação (SUR), Talita Cristine Rosinski, vem sendo ampliar o atendimento com contratação de novos prestadores de serviços. O estado, segundo ela, paga uma tabela diferenciada do SUS, o que atrai profissionais e clínicas credenciadas.

“Existem gargalos assistenciais que tradicionalmente ocasionam filas longas”, admitiu. “A estratégia do governo, então, tem sido ampliar a oferta e trazer o maior número possível de prestadores de serviço para o SUS. Criamos uma habilitação estadual para não dependermos do ministério da Saúde e com isso aumentamos serviços da linha de cuidado, principalmente em especialidades como ortopedia e cardiologia”.

Vacinação

A vacinação para a gripe também foi motivo de preocupação do secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, que participou da audiência remotamente. “Estamos realmente num momento de sobrecarga em nosso sistema de saúde e é preciso reforçar o pedido para que as pessoas busquem a vacinação”, afirmou, citando o aumento de quadros de infecções respiratórias principalmente devido à influenza A.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal em Santa Catarina é de apenas 38,37% do público alvo. O quadro preocupa principalmente com relação às crianças: de 554 mil aptas, apenas 163 mil receberam a vacina contra a gripe.

Agressão em hospital

Ao final da audiência, Saretta ainda lamentou o episódio de agressão ocorrido no último final de semana contra dois técnicos de enfermagem do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, de Joinville. “Vou quebrar o protocolo para lamentar esse fato, que não pode de maneira nenhuma ocorrer contra um profissional de saúde em pleno exercício de seu trabalho.”

Foto: Giovanni Kalabaide/Divulgação

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