Cortes de verbas para rodovias federais, obras paralisadas ou em ritmo lento, também em estradas estaduais foram assuntos para pronunciamento de sete parlamentares, a partir do horário destinado à ordem do dia da sessão plenária dessa terça-feira (9).
Redução de verbas gera moção de repúdio
O deputado Lunelli (MDB) abriu o debate reforçando a necessidade de encaminhar ao Ministério da Infraestrutura a moção de repúdio ao corte de R$ 600 milhões em verbas para obras em rodovias federais de Santa Catarina, do orçamento do DNIT-SC. Ele alega que o Estado tem, em proporção ao tamanho da malha rodoviária federal, os mais elevados índices de vítimas fatais e de acidentes. “São 10 mortes a cada 100 quilômetros, mais que o dobro da média nacional”, diz o parlamentar, lembrando que os dados estatísticos revelam uma “tragédia inaceitável”.
Comparação entre administrações
Neodi Saretta (PT) disse que concorda em parte, mas trouxe números sobre investimentos feitos no atual governo, comparado ao anterior. “Lembro que em 2022, foram investidos R$ 264 milhões. Já no atual governo, foram R$ 1 bilhão e 30 milhões em 2023, R$ 1 bilhão e 79 milhões em 2024, e R$ 916 milhões neste ano”.
Carlos Humberto (PL) entrou no debate para defender a gestão do ex-presidente Bolsonaro, lembrando que o período da pandemia da Covid-19 exigiu investimentos urgentes em vacinas, equipamentos para hospitais, auxílios à população, “portanto não há como comparar”.
Duplicação da BR-280 e promessas
Maurício Peixer (PL) lembrou que a região Norte aguarda desde 2014 a duplicação da BR-280, onde mais de 50 mil veículos trafegam diariamente no trecho entre Joinville e São Francisco do Sul. “Nós estamos sendo enganados com promessas de duplicação há muito tempo.”
Inferno para usuários na BR-101
Napoleão Bernardes (PSD) iniciou elogiando a eficiência do Contorno Viário da Grande Florianópolis, que após um ano de utilização já desvia 7 mil veículos pesados ao dia, evitando o caos na área metropolitana. Ele lembrou que uma alternativa urgente também precisa ser criada para o trecho Norte da BR-101, entre Itapema e Barra Velha, que ele considera como “um inferno em vida para seus usuários”, reforçando que ali ninguém consegue prever tempo de deslocamento.
Esforço do governo
catarinense para criar a Via Mar, ou BR-102, e citou também outros gargalos rodoviários, em especial os trechos da BR-470, entre Blumenau e Indaial, e o que segue para o Alto Vale, que sequer tem obras em andamento. “Devemos lembrar que a reforma tributária recém aprovada passa a valer em 2033, e a competitividade de Santa Catarina só acontecerá com infraestrutura na veia”, destacou Napoleão.
Ponte em Laguna e SC-281
Sérgio Guimarães (União) abordou a necessidade de construção de uma ponte sobre a barra de acesso à Lagoa de Santo Antônio, em Laguna, que hoje tem a comunidade local servida apenas por balsas, com custo de R$ 24 por travessia. Além disso, o deputado mostrou em vídeo que os serviços costumam ser interrompidos com mau tempo.
Ele também falou da SC-281, no trecho entre São Pedro de Alcântara e Angelina, na Grande Florianópolis. A estrada se transforma num lamaçal em tempo de chuva e as obras de recuperação estão em ritmo lento, “com imensos prejuízos à população local”.
Atenção a contrato no Sul
José Milton Scheffer (PP) pediu atenção do governo à execução do contrato para pavimentar cerca de 30 quilômetros da SC-108 entre Jacinto Machado e Praia Grande, no Sul do Estado. Lembrou que foram quatro anos desde o início desde o projeto, passando por recursos para garantir a licitação, até o início das obras, que ele entende “estar em pouco mais de 20% do total a ser executado”. O parlamentar diz que a empreiteira responsável reduziu o pessoal e a morosidade causa prejuízo à mobilidade, “situação que se agrava com a proximidade de uma nova safra”, diz, referindo-se ao potencial agrícola local.
Foto: Daniel Conzi/Agência AL
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