Antes de tudo, é essencial compreender a diferença entre herdeiro e sucessor. Embora muitas vezes se confundam, nem todo herdeiro será necessariamente um sucessor.
O herdeiro é aquele que, por direito sucessório, recebe o patrimônio, as cotas e demais bens da família. Já o sucessor, no contexto empresarial, é o indivíduo que, sendo ou não herdeiro, assume a liderança dos negócios da geração anterior. Assim, podemos ter herdeiros que são sucessores e herdeiros que não o são. Em qualquer caso, é fundamental que todos entendam essa distinção e possuam noções básicas sobre o que é uma empresa, como funciona sua gestão, os princípios de governança corporativa e o papel de uma família empresária.
A preparação adequada de herdeiros e sucessores deve contemplar duas dimensões igualmente importantes: a primeira é a formação técnica, que envolve compreender as ferramentas de gestão e governança, como assembleia geral de sócios, conselho de administração, diretoria executiva e outros mecanismos essenciais para o funcionamento saudável da empresa.
A segunda é o desenvolvimento emocional, pois não basta ter conhecimento técnico; é indispensável cultivar inteligência emocional, equilíbrio e atitudes compatíveis com um bom relacionamento entre os envolvidos no processo sucessório.
O aspecto emocional, em especial, precisa ser acompanhado por profissionais capacitados, capazes de identificar padrões comportamentais e trabalhar seu aprimoramento. Essa preparação pode incluir cursos, leitura especializada, programas de mentoria ou coaching, entre outros recursos.
Vale lembrar que, mesmo herdeiros que não atuam diretamente na empresa e seguem carreira em outras áreas – como profissionais liberais – precisam compreender conceitos básicos como leitura de balanços e demonstrações de resultados. Isso é essencial para acompanhar a remuneração de seu capital e zelar pelo próprio patrimônio, mesmo à distância.
Em um cenário atual cada vez mais complexo e competitivo, não se admite que um sucessor assuma um cargo de direção sem estar plenamente preparado, tanto no aspecto técnico quanto no emocional. Do contrário, corre-se o risco de comprometer não apenas a gestão imediata, mas a continuidade e a prosperidade do negócio para as próximas gerações.