Nosso bate-papo é sobre dinheiro, negócios, oportunidades ligadas ao futebol. Vamos deixar de lado o Mundial de Clubes (só por enquanto) para termos números mais conclusivos na semana que vem. E também não estamos aqui fazendo fofoca de vida de atleta. Estaremos apenas analisando o quanto pode se capitalizar se a gestão financeira de carreira for bem trabalhada.
Muitos falam sobre o Neymar pai. Eu aqui expresso minha opinião. Ele é muito bom no negócio que gere: a carreira do filho sob o aspecto financeiro! Pode se questionar a carreira sob o aspecto esportivo. Mas o montante acumulado pelo atleta durante a carreira é astronômico.
Hoje avalia-se que o patrimônio dele seja superior a U$1 bilhão. Ou algo próximo a R$ 5,5 bilhões. É muito dinheiro. Pouquíssimos brasileiros conseguiram chegar nesse patamar em suas pessoas físicas. Poucas corporações brasileiras conseguem ter faturamento (nem estou falando em resultado, só faturamento) que atinja esse montante.
E aí volto a falar do pai. Pode não ser tão óbvio, mas isso tudo não veio dos salários e premiações que o atleta recebeu dos clubes em que atuou. Só se chegou nesse estratosférico valor de patrimônio pois o pai soube usar a imagem do filho magistralmente. Quantos produtos, quantas campanhas publicitárias, quantas empresas têm ou tiveram suas imagens vinculadas ao Neymar? Quantos empreendimentos imobiliários tem a sua “assinatura” como “morador” ou investidor?
No mercado imobiliário não entra dinheiro dele; entra a imagem que reverte em patrimônio (imobiliário ou financeiro) futuro.
Nas campanhas de vendas em que sua imagem esteve atrelada não se mensura o cachê inicial apenas; recebe-se percentual pelo faturamento, pelo incremento de vendas.
O maior site de poker on-line do mundo tem Neymar como garoto propaganda. Certamente a remuneração é sobre percentual de ganho.
Neymar tornou-se “sócio” de uma quantidade enorme de empreendimentos. Nos mais variados nichos de mercado. Sócio sem colocar capital próprio (na maioria das vezes) e recebendo valores recorrentes de todos eles.
Olhando pelo aspecto financeiro apenas o Neymar pai é ou não é muito eficiente no que se propôs??
No começo falamos que não queremos dar entonação de fofoca ao tema. E não queremos mesmo! Mas já imaginaram se no Brasil os clubes, as federações, as ligas que estão se formando e a própria CBF, tivessem à frente profissionais que conseguissem fugir do aspecto político, do emaranhado de problemas que vemos no dia a dia? Se colocassem gestores que tivessem real visão negocial do produto que tem em mãos (lembro sempre que futebol é o principal produto de entretenimento no mundo)? Se a imagem dos atletas, dos clubes e do esporte em si fossem vinculadas à empreendimentos sérios e que gerassem ainda mais receita?
É utópico? Hoje é! Mas temos exemplo de quem, sozinho, conseguiu chegar muito mais longe do que muitos imaginavam.
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