A vida é repleta de desafios e situações que não podemos controlar e muitas vezes nos perdemos em preocupações que afetam profundamente nossa saúde mental. É comum ver pessoas dedicando tempo e energia a questões que não têm solução, como a passagem do tempo, a perda de entes queridos ou características físicas que não podem ser alteradas. Por exemplo, alguém que aos 60 anos anseia por ter 40 novamente, ou que lamenta a morte da mãe, sente o peso da realidade que não pode ser mudada. Esses pensamentos podem se transformar em um ciclo vicioso de insatisfação e sofrimento.
A aceitação do que não pode ser mudado é um passo crucial para a saúde mental. Ao invés de se perder em reflexões sobre o que poderia ter sido, é mais produtivo focar em como encontrar a felicidade no presente. A ideia de “vamos pensar em 10 maneiras de ser feliz” é um convite a redirecionar a atenção para o que realmente importa. Essa abordagem não nega a dor ou as dificuldades, mas propõe uma mudança de perspectiva: ao invés de se concentrar no que falta, podemos buscar pequenas alegrias e gratificações no cotidiano.
Um dos principais desafios na busca pela felicidade é lidar com aquilo que não depende de nós. Em um mundo onde as relações de poder e influência são predominantes, é fácil sentir-se preso por fatores externos, como a figura autoritária de um chefe ou as decisões governamentais. Essas forças podem criar um ambiente negativo que impacta diretamente nosso bem-estar. A frustração de saber que a felicidade depende de outros pode ser esmagadora, levando à sensação de impotência. No entanto, é vital lembrar que, embora não possamos mudar o comportamento dos outros, temos a capacidade de modificar nossa própria resposta a essas situações.
Buscar ajuda profissional, como a terapia, pode ser um passo fundamental para entender e lidar com as emoções que surgem em resposta a esses desafios. A terapia pode ajudar a desenvolver uma maior resiliência emocional e a encontrar formas saudáveis de enfrentar a dor e a insatisfação. É um espaço para trabalhar a própria saúde mental, mesmo que os fatores externos permaneçam inalterados. A responsabilidade pela nossa felicidade e bem-estar é intransferível; cabe a nós buscar as ferramentas e estratégias que nos ajudem a navegar por essas dificuldades.
Outro aspecto importante da busca pela felicidade é aprender a esquecer a vida alheia. Em uma sociedade que valoriza comparações e expectativas, com as redes sociais repletas de fotos e sorrisos, muitas vezes nos sentimos pressionados a atender padrões que não são nossos. Essa constante comparação pode ser tóxica, desviando nossa atenção do que realmente importa: a nossa própria trajetória e os nossos próprios desafios. Libertar-se dessa necessidade de se medir com os outros permite uma maior aceitação de si mesmo e um foco nas próprias conquistas e anseios.
A busca pela felicidade não é uma jornada fácil, mas é essencial. Envolve aceitar o que não pode ser mudado, concentrar-se no presente e tomar a responsabilidade pela própria saúde mental. É preciso coragem para encarar as dificuldades e determinação para buscar mudanças significativas em nossas vidas.
Não tá bom e a mudança está nas mãos? Faça. A felicidade pode ser encontrada mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras. Ao redirecionar nossa atenção para o que podemos controlar e mudar e ao cultivar uma mentalidade voltada para a gratidão e a aceitação, podemos construir uma vida mais plena e significativa.
Essa jornada é para cada um e ao final, o que realmente importa é a maneira como escolhemos viver e enfrentar os desafios que a vida nos apresenta.
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