Agosto inicia com uma ação emblemática em Santa Catarina. O mês se veste no tom dourado para despertar a importância da amamentação para o crescimento sadio dos bebês catarinenses. O Parlamento estadual apóia essa iniciativa, que é símbolo de amor, um cuidado especial com as crianças, além de reforçar o elo entre mãe e filho.
O Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade da alimentação infantil: o leite materno. No Brasil, o mês do Aleitamento Materno foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017, que determina que, no decorrer de agosto, serão intensificadas ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.
Elo único
O presidente da Comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta (PT), avalia a importância do Agosto Dourado ao definir que a amamentação é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, fortalecendo o sistema imunológico e promovendo um vínculo afetivo único entre mãe e filho.
“O Agosto Dourado simboliza essa relevância, sendo um período dedicado a conscientizar e incentivar as mães sobre os inúmeros benefícios do leite materno, tanto para a saúde dos bebês quanto para a saúde das mães”, avalia.
A arte de amamentar
Mãe de primeira viagem, a jovem Ivanilda dos Santos embala nos braços a bebê recém nascida Maria, na Maternidade do Hospital Universitário na Capital, e confessa que está vivendo um momento único na vida. Ela afirma que ainda está aprendendo a arte da amamentação. “Estou sendo muito acolhida pela equipe que está me ensinando a amamentar”, disse.
Como mãe estreante, fala que ainda é um desafio todo esse processo, mas que é um momento muito especial entre ela e a bebê. O pai, Francisco, acredita que para compartilhar desse momento vai ter que ter paciência em ajudar a jovem mamãe. “Estamos muito felizes e esse momento está sendo de descobertas e de muita felicidade”, confessou.
Maior Banco de Leite da região
Considerado o maior Banco de Leite Humano da Grande Florianópolis, a Maternidade Carmela Dutra, na Capital, contabiliza 700 atendimentos por mês. São 60 mães doadoras cadastradas que assistem até 80 bebês recém nascidos. Por mês, a equipe de saúde da Carmela Dutra realiza cem visitas a domicílio.
Essas informações foram repassadas pela coordenadora do Banco de Leite Humano e Central de Informações de Aleitamento Materno da Maternidade Carmela Dutra, Cecília Mello, que reitera que o Banco de Leite Humano foi criado para dar apoio à amamentação. “Aqui protejamos a amamentação, ensinando, orientando e apoiando as mulheres nesses passos, tanto para apreenderem a amamentar seus filhos, como também para serem doadoras para os bebezinhos que ainda não podem ser amamentados diretamente e para aqueles que ainda estão internados”, disse.
Ela destaca a importância de campanhas de divulgação para dar visibilidade à amamentação. “O leite materno é o nosso padrão ouro em nutrição. Então o Agosto Dourado dá luz e desperta a importância da amamentação, que é um ato de amor”, destaca.
Cecília observa que os bancos de leite trabalham no sentido de ser um ponto de apoio para qualquer mãe que tem dificuldade em amamentar. “Nosso trabalho leva orientação e apoio para essas mulheres que não conseguem amamentar”, pontua.
A coordenadora informa que apesar dos estoques de leite estarem adequados para atender os recém nascidos que estão internados, houve nos últimos meses uma diminuição de doadoras. “Geralmente no inverno a tendência é de redução dos estoques de leite. Por isso, chamo a atenção para essa campanha do Agosto Dourado como forma de lembrar a importância da doação de leite materno”, destacou, informando que para ser doadora basta entrar em contato com o Banco de Leite da Maternidade ou de qualquer unidade hospitalar. “No caso da maternidade, pelo whats, que daí iremos até a residência da mãe fornecendo os potes de vidros e todo o material necessário para a extração do leite”, disse.
Ela comenta que o ato de doar é um processo muito bonito. “As mulheres que estão amamentando adoram serem doadoras. É gratificante para essas mulheres, que entregam cada potinho de vidro com muito amor e carinho. Sabendo que aquele leite vai alimentar muitas crianças que estão aqui e as suas mães também. É um gesto bonito e saudável”, observa.
O whatsapp para fazer cadastro para ser uma doadora do Banco de Leite é o número (48) 3664-3920.
A coleta
O trabalho de coleta externa de leite materno é realizado pela técnica de enfermagem Jéssica Pereira, que explica que todos os dias é feita a checagem da lista de doadoras. “Pelo ‘whats’, verificamos as mães que estão disponíveis para a coleta. Nesse caso, a nossa equipe vai até a sua residência para coletar o leite e entregamos o material para a próxima semana. É um trabalho que é muito gratificante”, atesta, informando que a coleta é realizada de segunda a quinta-feira. “Não temos um número fixo de mães para a coleta diária. É muito variável”, confessa.
Como mãe, Jéssica revela que também teve experiência de doar e garante que é compensador. “Quando entramos em um lar para coletar o leite é muito gratificante. Fazemos parte daquela história. Quando elas trazem o leite, muitas dizem que só conseguem tirar pouco, mas costumo dizer que não vem apenas leite, vem um pouco de amor de cada uma. Imagina uma mãe doar leite às três da manhã. Por isso é muito prazeroso recolher esse leite, que vem com muito amor e carinho”, observa.
Logo que chega ao Banco de Leite, esse produto é medido, higienizado e armazenado. Vale destacar que uma das principais preocupações das mulheres ao amamentar é garantir a quantidade adequada de leite e a habilidade do ato. Para as profissionais de saúde, o sucesso da amamentação está intimamente ligado à informação, por isso é importante que as gestantes busquem conhecimento desde a gravidez, preparando-se para essa fase desafiadora tanto para o bebê quanto para a família envolvida.
(Foto: Giovanni Kalabaide)
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