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Combate a desinformação

DIREITO E JUSTICA FARRACHA CABECA hojesc

Inegável que a rede mundial de computadores (“internet”) ocasionou uma mudança de paradigma na sociedade contemporânea, facilitando o acesso à informação e a aproximação das pessoas. Constitui-se, pois, ferramenta de desenvolvimento econômico e social. Todavia, de outro lado, possibilita uma legião de incautos.

O saudoso escritor e filósofo Umberto Eco, causou espanto quando anos atrás expos ao mundo, em alto e bom tom, que a internet criava uma “legião de imbecis”. Afinal, segundo ele, qualquer pessoa poderia publicar um texto na internet, o que não sucedia anteriormente, uma vez que as publicações eram revisadas por conselhos editoriais. E o que é pior, ainda na ótica de pensador, esses imbecis estabeleciam uma legião de seguidores. A situação agrava-se com a disseminação das fakes news e sua política de desinformação.

Indispensável, pois, o combate à desinformação. Inclusive, deveria ser objeto de política pública irreversível e perene. Portanto, qualquer pessoa compromissada com os princípios republicanos e democráticos deve denunciar às fake news, inclusive auxiliar em sua identificação. Afinal, geralmente, às fake news possuem manchetes sensacionalistas e desconexas, acompanhadas de erros gramaticais e acusações genéricas, desprovidas de data e fonte idônea. Os impactos negativos são múltiplos, razão pela qual, a legislação penaliza o compartilhamento de notícias falsas (art.186 do Código Civil, art.326-A do Código Eleitoral, art.138 a 148 do Código Penal, dentre outros dispositivos).

Por óbvio, esse combate não se trata de tarefa fácil. Pelo contrário. Talvez, por isso, que alguns pensadores e professores resolveram abraçar o ambiente virtual, criando seus perfis nas mídias sociais e, por via de consequência, disseminando o conhecimento, a exemplo de Clóvis de Barros Filho e Lilia Schwarcz.

Conclui-se, pois, que a internet não é incompatível com o saber e seriedade do jornalismo ético, pautado na verdade; ainda que inúmeras plataformas tenham como objetivo exclusivo a lógica da monetização. Enfim, mesmo que no espaço virtual, incumbe a sociedade organizada, de um lado privilegiar a ética e a busca do conhecimento, e de outro, denunciar a indústria da desinformação, de modo a diminuir a “legião de imbecis”.

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