Pular para o conteúdo
GLENN STENGER CABECA hojesc

Hoje dois assuntos: as bets e Helinho Cury

bets
Nossos temas sempre estão ligados ao futebol business. Nem sempre falamos o que querem que digamos. Mas sempre apresentamos um ponto de vista franco.

Primeiro hoje vamos falar sobre as “bets”. Sim, já é um assunto bem “batido”, mas que não pode cair em esquecimento. Afinal, elas estão agindo, direta e indiretamente, no maior produto de entretenimento do planeta.

Tive acesso a contrato de patrocínio atual de uma dessas empresas com um clube de série A.

Os valores assustam. São muito altos, muito relevantes. Esses valores ajudaram a inflacionar o mercado de forma que, sem eles, não sei como os clubes e SAFs irão agir acaso sejam retirados ou reduzidos. A dependência financeira que se tem dessas casas de apostas beira à submissão (pois todos sabemos que sem dinheiro não há futebol).

Não vi, também, aspectos rígidos de governança corporativa capazes de impactar positivamente o desenrolar íntegro e sadio desse contrato.

Não há nenhum outro patrocinador que se sujeite a pagar os mesmos valores (ou até mesmo, próximos). Percentualmente, o valor das bets é fatia tão alta nos orçamentos anuais das instituições que as mesmas não podem nem sonhar mais em viver sem.

Vejo isso como um risco tremendo. Como um fator de inflexão. Como uma bomba relógio ativada e que não se sabe quando explodirá.

Sem contar que em sua órbita giram uma infinidade de “atores” que buscam fazer com que o processo seja desvirtuado, fazendo com que as apostas nem sempre correspondam aos resultados corretos dos jogos. Vários e vários casos de atletas e outras situações foram mostrados, outros foram acho que foram “acobertados”. Mas tenham absoluta certeza que esse tipo de “convite” está batendo à porta de atletas, árbitros, equipes, todos os dias…

Normalmente não gosto de ser apenas “profeta do apocalipse” trazendo problemas sem citar as soluções. Mas, no caso específico das bets, realmente não sei qual a saída. Entrou-se num pântano e agora é muito difícil de sair…

E o segundo assunto é o Presidente da Federação Paranaense de Futebol. Helinho Cury.

Tive o prazer de encontrá-lo e falar um pouco sobre futebol e sobre a política do esporte. Ele tem pensamentos diferentes. Pensamentos que podem se refletir numa realidade que traga novos horizontes ao nosso futebol, desatrelando do modelo antigo que nós todos conhecemos.

Sempre fui muito crítico à CBF. Quem acompanha nossos bate-papos sabe disso. Eu tenho convicção que poderíamos fazer o esporte ser melhor e faturar absurdamente mais, pois é um produto sem concorrência no mundo. E o Brasil tem todo o material e a mão de obra necessária para fazê-lo. Mas para isso é necessário que mudanças ocorram. Mudanças de pessoas, mudanças de pensamento, mudanças de postura. E o Helinho parece saber disso e encampar a ideia.

Que ele tenha sucesso! Torço por ele. O sucesso dele será o sucesso do esporte que amamos.

Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.