Com o avanço da idade, muitas mulheres relatam alterações na libido e na qualidade da vida sexual. Após os 40 anos, especialmente durante a transição para a menopausa, o corpo feminino passa por mudanças hormonais que podem interferir diretamente no desejo, no prazer e na conexão com o próprio corpo. Porém, o que poucos sabem é que a alimentação e o uso adequado de fitoterápicos podem ser grandes aliados na saúde sexual feminina.
O principal neurotransmissor relacionado ao desejo é a dopamina, conhecida como a substância do prazer e da motivação. Níveis equilibrados de dopamina aumentam a libido, melhora o foco e o bem-estar geral. Outros neurotransmissores como a ocitocina, responsável pela sensação de afeto e conexão, e a noradrenalina, relacionada à excitação, também exercem efeitos positivos sobre o desejo sexual.
Por outro lado, alguns fatores podem diminuir a libido feminina. Entre os mais comuns estão o uso de antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina, o uso prolongado de alguns anticoncepcionais, o consumo de drogas ilícitas e quadros de depressão. Além disso, a queda nos níveis de estrogênio, que pode causar atrofia vaginal, também interfere diretamente no desejo sexual.
Nesse contexto, a alimentação surge como uma ferramenta essencial. Uma dieta rica em alimentos in natura, fibras, antioxidantes, vitaminas do complexo B e minerais como zinco e magnésio ajudam a equilibrar os neurotransmissores e hormônios sexuais. A hidratação adequada e o consumo de gorduras boas, como as presentes nas sementes e castanhas, são fundamentais para a produção hormonal.
Entre os alimentos funcionais, destaca-se o gergelim preto, especialmente por sua simbologia na medicina tradicional chinesa, onde é considerado um alimento ligado à energia do rim, órgão associado ao desejo, vitalidade e longevidade. Seu consumo regular pode ajudar a fortalecer a base energética do corpo e, com isso, sustentar uma vida sexual mais ativa.
Os fitoterápicos também têm papel de destaque no suporte à libido. A Angelica sinensis é um fitoterápico que atua regulando o eixo hormonal feminino e melhorando a circulação pélvica, o que contribui para o aumento da lubrificação e do desejo sexual. Já a Dioscorea villosa, rica em diosgenina, um fitoestrógeno que ajuda a equilibrar os hormônios, especialmente em mulheres que enfrentam declínio hormonal na perimenopausa.
Outro destaque é a Lepidium meyenii, mais conhecida como maca peruana. Estudos mostram que essa raiz aumenta a biodisponibilidade de testosterona, um hormônio diretamente ligado à libido, especialmente em mulheres que fazem uso de antidepressivos e relatam perda do desejo.
O Tribulus terrestris, com suas saponinas esteroidais, também estimula a produção de testosterona. Já o Panax ginseng, conhecido por suas propriedades energizantes, tem ação direta sobre o aumento da dopamina e pode contribuir para a elevação dos níveis de testosterona, melhorando a disposição e o desejo.
Para os casos de atrofia vaginal, que impacta não apenas o conforto, mas a autoestima e o prazer, a suplementação com ácido hialurônico, vitamina E, colágeno hidrolisado e silício orgânico pode promover melhora na elasticidade, na hidratação dos tecidos e na regeneração celular, contribuindo para o conforto íntimo.
Cuidar da saúde sexual da mulher é cuidar da vitalidade, da autoestima e da conexão com o próprio corpo. A alimentação equilibrada, aliada ao uso seguro e eficaz de fitoterápicos, pode não apenas devolver o desejo, mas transformar a forma como a mulher se relaciona consigo mesma e com o outro.
Para quem deseja resgatar o prazer e manter a saúde íntima, com estratégias seguras, vale buscar o acompanhamento de uma nutricionista especialista em fitoterapia. Uma prescrição individualizada, avaliando sintomas, queixas e exames laboratoriais, pode ser o primeiro passo para melhorar a vida sexual.
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