O Brasil teve queda de homicídios pelo quarto ano consecutivo em 2024, aponta o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, 24. Ao todo, foram 44.127 assassinatos , cerca cinco ocorrências por hora.
Com a nova queda, o País atinge novamente o menor patamar de casos desde o início da série histórica, em 2011, com melhoras em todas regiões. Além disso, é a primeira vez nesse período que menos de 45 mil óbitos são registrados.
Com a nova queda, o País atinge novamente o menor patamar de casos desde o início da série histórica, em 2011, com melhoras em todas regiões. Além disso, é a primeira vez nesse período que menos de 45 mil óbitos são registrados.
Pesquisadores atribuem a queda para um período de menos conflitos entre as facções criminosas, que resultaram, por exemplo, na explosão de assassinatos em 2017, ano marcado por massacres em presídios. Analistas apontam também para a migração de atuação dos bandidos, com o avanço dos golpes virtuais.
Pesquisas recentes, como mostrou o Estadão, colocam as facções como protagonistas do sobe-desce de assassinatos no País. “O crime organizado é o principal responsável pelos números que nós divulgamos no Anuário”, diz Renato Sergio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Mesmo com as quedas recentes, a taxa brasileira de homicídios é quase quatro vezes maior do que o índice global – de 5,8 para cada 100 mil habitantes, segundo dados reunidos há alguns anos pelas Nações Unidas (ONU).
Os casos descritos como homicídios no estudo correspondem à contabilização de mortes violentas intencionais, criado pelo Fórum de Segurança para o Anuário, uma das mais importantes publicações do setor.
Considerado o principal indicador para aferir os níveis de violência do Brasil, ele agrega casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais.
Os pesquisadores defendem que o poder público precisa ir além. “A queda poderia ser maior se houvesse mecanismos de enfrentamento ao crime organizado mais eficientes, o que passa pelo fortalecimento da investigação, pela redução da impunidade, pelo combate à lavagem de dinheiro”, destaca Lima.
Como o Estadão mostra na série de reportagens (In)Segurança Pública, organizações criminosas brasileiras têm sofisticando sua atuação e contam com braços em diferentes continentes. O objetivo é não só ampliar a venda de cocaína, como para ampliar as maneiras de lavar dinheiro obtido com o narcoráfico.
“Sem investir no combate à lavagem de dinheiro, não daremos conta do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Comando Vermelho, que são duas grandes holdings criminais que se transformam quase em consórcios, onde outras facções se agregam”, acrescenta.
Foto: Polícia Civil/Divulgação
Leia outras notícias no HojeSC.