Pular para o conteúdo


GLENN STENGER CABECA hojesc

Quanto pode valer um “match day”?

Os americanos até gostam de futebol. Por lá é chamado de soccer. Ano após ano tem ganhado muitos adeptos.

Mas lá a paixão maior é o futebol americano. Esporte que é quase integralmente jogado com as mãos e não com os pés! Enfim, é o esporte mais bem estruturado deles. Fatura bilhões. Cifras inimagináveis para o nosso futebol tupiniquim.

E por qual motivo se entra no assunto? Simples: comparativo de quanto dinheiro deixamos de ganhar por aqui, devido nossa falta de organização, planejamento e seriedade.

Na terra do Tio Sam, a partida é tratada como um evento. É a cereja do bolo de um dia que é tomado de atividades que trazem o público para os estádios e que rentabilizam demais o negócio.

Primeiramente organização e planejamento. Fatores que brasileiros parecem ser avessos. Os jogos lá são programados muito antes. Sabe-se as datas de todos os jogos da equipe “em casa” com muitos meses de antecedência. Aí todas as atividades comerciais que giram no entorno do evento podem ser calculadas no detalhe para que, no dia “D”, possam ser exploradas ao máximo.

Os fãs chegam muito cedo ao local nesse dia. Alguns abrem as portas de seus carros (em geral camionetes), fazem churrasco (por lá de hambúrguer) e só param minutos antes da partida iniciar. Consomem tudo que é comestível e passa perto deles. Outros, em quantidade absurda, vão à loja oficial e compram todos os acessórios disponíveis. Pós jogo, as lojas têm seus estoques quase esvaziados (sem contar a gama despropositada de produtos vendidos, custando desde poucos até milhares de dólares). Para as crianças dezenas de atrações garantidas, entretenimento, brinquedos. Para os mais “saidinhos” até fotos com cheerleaders podem ser compradas. Shows de bandas locais. Gincanas. Acesso aos atletas e memoriais históricos.

Há uma infinidade de opções de entretenimento. Difícil mensurar todas, até pelo fato da diversidade regional e da diversidade climática que o país apresenta, fazendo que cada evento tenha seu rol próprio de atrações.

E quando se acessam os documentos que mostram a receita total obtida nessas atividades, vem a maior surpresa. Muitas vezes o somatório apresenta números superiores aos números que são referentes à venda de tickets para a partida em si… por vezes conseguem dobrar a receita que teriam vendendo apenas os ingressos!

Surpresa? Não! Os americanos não são o berço do capitalismo à toa. Estão anos luz à nossa frente.

Surpresa é que nenhum clube brasileiro ainda tenha conseguido fazer com que seus match days sejam espelhados nos americanos. Surpresa é que continuemos jogando muita receita no lixo!

Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.