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Toto: o pop-jazz-rock encantador vindo de Los Angeles

MARCUS VIDAL CABECA hojesc

O Toto foi formado em 1977, em Los Angeles, combinando rock, pop, jazz, hard rock, rhythm & blues e soul numa banda só. Seu quarto álbum de estúdio, Toto IV, foi lançado em 8 de abril de 1982 e produziu 6 singles de sucesso. Ganhou três Prêmios Grammy em 1983: Álbum do Ano, Produção do Ano e Gravação do Ano. Apresentando Bobby Kimball (vocais), Steve Lukather (guitarra e vocais), David Paich (teclados e vocais), Steve Porcaro (teclados e vocais), David Hungate (baixo) e Jeff Porcaro (bateria), o sexteto se consagrou com belas melodias e composições estruturadas. Vendeu mais de 6 milhões de cópias.

Rosanna abre o álbum com uma mistura de rock e jazz que rapidamente cativa o ouvinte. A canção começa com uma introdução rítmica inconfundível, que se tornou um dos momentos mais memoráveis do álbum. A faixa é marcada por sua melodia envolvente, os vocais poderosos de Bobby Kimball e o groove no piano de David Paich. A canção também conta com uma seção de metais que adiciona uma camada extra de sofisticação à música. Essa faixa conquistou o Grammy de Gravação do Ano, solidificando seu status como um clássico. “I never thought that a girl like you, Could ever care for me, Rosanna, All I wanna do in the middle of, The evening is hold you tight, Rosanna, Rosanna.”

Make Believe é uma faixa pop-rock que segue um ritmo mais acelerado. Com refrões sensacionais e harmonias vocais suaves, destaca a capacidade da banda de criar canções acessíveis sem perder a complexidade musical. A guitarra de Steve Lukather brilha nos solos, enquanto a melodia alegre contrasta com a letra, que trata de esperança e desilusão.

I Won’t Hold You Back é uma balada melódica e emotiva. Uma das joias do álbum. A canção é construída em torno de uma melodia simples, mas poderosa, onde os vocais de Steve Lukather transmitem uma sinceridade que ressoa profundamente. A combinação de cordas e o solo de guitarra ao final da canção criam uma atmosfera introspectiva e melancólica, tornando-se uma das baladas mais memoráveis dos anos 1980.

Good For You traz de volta a energia, com uma pegada pop-rock vibrante. A faixa tem uma linha de baixo marcante e uma melodia que se mantém no ouvido. A guitarra de Lukather é mais uma vez um destaque, junto com os vocais de Bobby Kimball, que acrescentam uma intensidade emocional à faixa.

David Paich assume os vocais principais nesta faixa. It’s A Feeling é mais lenta e introspectiva, com uma melodia envolvente que parece flutuar sobre uma base instrumental serena. O uso de sintetizadores e a progressão lenta das notas criam um ambiente onírico, destacando a versatilidade da banda em explorar diferentes sons.

Uma faixa de rock mais agressiva e direta, Afraid Of Love é impulsionada por riffs de guitarra pesados e uma batida poderosa. A energia da música é palpável, com a banda mostrando seu lado mais ousado. A letra aborda o medo de se entregar ao amor, um tema que é comum, mas tratado aqui com uma intensidade particular. A performance vocal é intensa, correspondendo ao peso instrumental da faixa.

Lovers In The Night mistura elementos de rock com jazz e pop, criando uma faixa dinâmica e cheia de energia. A linha de baixo cadenciada e a bateria forte estabelecem um ritmo espetacular. A canção se destaca pela sua complexidade rítmica e pelo uso habilidoso de sintetizadores, que criam uma sensação de movimento constante.

We Made It é uma faixa otimista, com uma melodia leve e contagiante. Os vocais harmônicos e o arranjo instrumental alegre reforçam o tema de superação e celebração. A guitarra, embora mais sutil aqui, ainda brilha nos momentos certos, adicionando uma camada de complexidade à canção.

Com um toque de funk, Waiting For Your Love é uma faixa que se destaca pelo groove envolvente. A linha de baixo é particularmente marcante, conduzindo a música de maneira suave. O refrão é altamente melódico, e os vocais entregam uma performance apaixonada. A canção é sobre o desejo de reconciliação e o anseio por um amor perdido, temas que são ampliados pelo ritmo sedutor da faixa.

O álbum se encerra com a icônica Africa, uma das canções mais reconhecíveis e amadas da banda. Com sua batida distinta, arranjos vocais elaborados e uma melodia inesquecível, a canção combina elementos de rock, pop e world music de maneira única. A letra, inspirada nas experiências pessoais e na imaginação de David Paich, transporta o ouvinte para um cenário exótico, reforçado pelos arranjos instrumentais detalhados. “It’s gonna take a lot to drag me away from you, There’s nothing that a hundred men or more could ever do, I bless the rains down in Africa, Gonna take some time to do the things we never had.”

Toto IV é um álbum que revela a maestria musical da banda, oferecendo uma variedade de estilos e emoções ao longo de suas faixas. Desde os hits contagiantes até as baladas emocionantes, cada música contribui para o legado duradouro do álbum. Um álbum da melhor mistura entre o pop, o jazz e o rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.