
A velhinha e a ajuda para a campanha do rabino
Uma noite de sexta-feira, o rabino estava fazendo seu sermão habitual na sinagoga e, já no final do serviço religioso, disse à congregação:
– Antes de irmos embora, gostaria de dizer que o conselho diretor da sinagoga decidiu começar uma campanha para ajudar as pessoas necessitadas que frequentam o nosso templo. É por uma boa causa e precisamos da ajuda de todos. Por favor, na próxima semana tragam tudo o que tenham sobrando em casa ou que não precisem mais. Tenho certeza de que todos conseguem pensar, neste exato momento, em algo que tenham em excesso.
Todos puderam ouvir o que uma velhinha disse, lá do fundo:
– Sim, problemas.
E nem precisou de atestado médico!
Moishe acordou sentindo-se mal e ligou para a firma:
– Olha, chefe, não estou me sentindo muito bem e acho melhor não ir trabalhar. Estou pensando em ir ao médico e amanhã levarei o atestado para justificar a falta.
O patrão, conhecido pela rudeza e falta de paciência, respondeu logo:
– Pare com isso! Não existe esse negócio de se sentir mal e ter que ir ao médico. Sabe o que eu faço? Quando não estou me sentindo bem, transo loucamente com minha mulher, melhoro e em seguida venho trabalhar. Faça isso, quero você aqui ainda hoje.
– Sem ter como argumentar, Moishe agradeceu e desligou. Logo depois do almoço o patrão o viu entrando e, sem esconder o ar de zombaria, disse:
– Já vi que meu conselho funcionou…
E foi um animado Moishe que respondeu:
– Nossa, chefe! Nem sei como agradecer! Foi realmente ótimo! E, a propósito, que bela casa a sua!
Dª Raquel, a motorista esperta
Aos 90 anos, Dª Raquel não precisava mais dirigir; pelo menos esse era o sentimento de toda a família, que há décadas tentava fazê-la aceitar a contratação de um motorista para atendê-la. A preocupação de todos nem era só a idade ou a aptidão para dirigir, mas o fato de que, desde jovem, ela gostava de carros esportivos e de alta velocidade.
Pois um dia aconteceu o que todos temiam: a idosa foi flagrada a mais de 120 km/h em um trecho de rodovia em que o limite máximo era 90 km/h. O patrulheiro de moto a ultrapassou e fez sinal para que parasse à beira da pista, o que ela fez. Seguiu-se o diálogo:
– Sua habilitação, senhora!
– Desculpe, policial, mas não sou habilitada já faz algum tempo. Fui diagnosticada com baixa visão e considerada praticamente cega; não passei no exame para revalidação da carteira.
Assustado com o que ouviu, o patrulheiro pediu os documentos do carro, ao que Dª Raquel respondeu:
– O carro não é meu, eu o roubei num posto de gasolina lá atrás. Pode ser que os documentos estejam nos bolsos do dono — o cadáver dele está no porta-malas. Ele resistiu, tive que matá-lo; o senhor não quer ver lá?
E completou:
– O revólver está aqui no porta-luvas – e fez menção de abri-lo, o que levou o policial a sacar sua arma.
– Tire as mãos daí, senhora, e desça imediatamente!
Enquanto ela saía do automóvel, o oficial acionou o rádio e relatou a história. Em poucos minutos chegou uma viatura, e outro policial desceu e se dirigiu a Dª Raquel:
– Me diga uma coisa, senhora: como sua família permite que a senhora ande por aí, na sua idade, em alta velocidade, sem habilitação, sem nenhuma condição de dirigir?
Fingindo surpresa, a velhinha respondeu:
– Como assim, em alta velocidade e sem habilitação? Quem disse isso? Esse patrulheiro? – e, cuidadosa, abriu a carteira: Posso lhe mostrar? – e entregou o documento. Veja: renovada há pouco tempo, em plena validade.
Surpreso, o oficial perguntou:
– E o carro, não é roubado? O patrulheiro disse que a senhora o tomou em assalto na estrada e que matou o dono!
Rindo, a idosa pediu licença, abriu o porta-luvas e entregou os documentos; em seguida dirigiu-se à traseira do carro e, abrindo o porta-malas, encerrou:
– Olhe aqui, por favor! Desde o começo percebi que ele estava com muita má vontade… É capaz até de ter dito que eu tinha uma arma no porta-luvas e que coloquei o cadáver do dono no porta-malas! Então, posso seguir minha viagem?
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