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Relembre a trajetória e o legado de Silvio Santos até se tornar o principal apresentador de televisão do Brasil

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Início como camelô

Silvio Santos nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, como Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930, filho do grego Alberto Abravanel e sua mulher, Rebeca Caro. Ele teve cinco irmãos: Henrique, Leon, Beatriz, Perla e Sara.

O apresentador puxou o lado vendedor de seu pai que, ainda jovem, fugiu da região de Salônica para não servir ao exército, se tornando jornaleiro em Atenas. Na sequência, foi para Marselha, na França, vender pistache e amendoim na rua, o que era proibido. Preso e expulso do país, foi de navio para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no porto como intérprete e guia de turistas para juntar dinheiro e abrir uma loja.

Em 1945, ainda adolescente, Silvio despertou para o caminho dos negócios quando se deparou com um homem vendendo capas de plástico para títulos de eleitor na Avenida Rio Branco. Seguiu-o para saber onde ficava seu fornecedor, entrou na loja e comprou uma delas por dois cruzeiros. Levou-a para a rua e ofereceu a quem passava, afirmando ser a última. Com o dinheiro da primeira venda, comprou mais duas e revendeu-as, novamente com o discurso de que era a última – ainda que houvesse outra – e assim por diante.

Na sequência, foi diversificando os negócios. Aprendeu a fazer alguns truques com moedas e baralhos para chamar a atenção, e passou a vender dezenas de canetas diariamente. À época, contava com a ajuda de amigos, tanto para fazer o papel de ‘comprador’ interessado, quanto para avisá-lo da chegada da fiscalização.

Foi numa das vezes em que foi pego pelo ‘rapa’ que Silvio encontrou sua primeira oportunidade com a comunicação. Na ocasião, o diretor de fiscalização da prefeitura à época pretendia puni-lo. “Quando ele viu que eu tinha pouca idade, falava regularmente e era estudante, modificou seu pensamento a meu respeito. Em vez de me levar para o juizado de menores, me deu um cartão para que eu fosse procurar um amigo dele na rádio Guanabara, Jorge de Matos”, relatou o apresentador na biografia A Fantástica História de Silvio Santos, escrita por seu assessor, Arlindo Silva.

Ao chegar à emissora, descobriu um concurso de locutores e decidiu se inscrever. Foi o campeão e ganhou uma vaga com salário de 1,3 mil cruzeiros mensais, muito menor que os mais de 900 cruzeiros diários que conquistava como camelô. Um mês após a contratação, se demitiu e voltou a vender suas mercadorias pelas ruas.

Surge Silvio Santos

Inspirado em grandes nomes da rádio na época, como César de Alencar, Heber de Boscoli, Osvaldo Luiz e Manoel Barcelos, tinha o costume de frequentar os auditórios durante as gravações, e foi justamente numa dessas ocasiões que surgiu o nome Silvio Santos.

“Minha mãe costumava chamar-me de Silvio, em vez de Senor. Um dia, quando fui entrar no programa de calouros do Jorge Cury, o Mario Ramos, produtor, perguntou o meu nome. ‘Silvio’, respondi. ‘Silvio de quê?’. Eu disse: ‘Silvio Santos – porque os santos ajudam’. Foi um estalo que me deu, uma coisa do momento, que pegou. Também foi uma maneira de disfarçar, porque meu nome, Senor Abravanel, já estava muito ‘manjado’ nos programas de calouros, pois eu sempre ganhava alguma coisa”, explicava.

Exército, rádio e novos desafios

Aos 18 anos, o jovem se alistou no exército, fazendo a escola de paraquedistas, obrigando-o a se afastar das atividades como camelô. Voltou para a rádio, no programa de Silveira Lima, na Mauá, posteriormente migrando para a Tupi. Inclusive, foram em algumas figurações na TV Tupi que suas primeiras aparições televisivas.

Silvio Santos ainda trabalhou nas noites da rádio Continental, em Niterói, antes de pedir demissão e mudar de área. Ao Estadão, em 1983, relatava que a ideia surgiu quando pegava a última barca do dia para voltar para casa, já depois da meia-noite: “Era muito monótona. Só viajavam três ou quatro homens e o resto era tudo prostituta, fugindo para Niterói porque eram reprimidas pela polícia do Rio. Aí eu pensei: por que não botar música? Pelo menos fica um ambiente mais alegre”.

O apresentador firmou um acordo com uma loja de eletrodomésticos com a intenção de criar um serviço de anúncios em alto-falante nas barcas da Cantareira. Em troca do aparelho, faria propaganda gratuita à casa ao longo de um ano. Silvio investiu em um bar para venda de bebidas e cartelas de bingo para os usuários da barca. Nessa época, considerava que havia deixado a vida de camelô definitivamente para trás.

Pouco depois, voltou à rádio, desta vez na Nacional. Contatou Costa Lima e fez um teste para locutor, assinando contrato no valor de 5 mil cruzeiros ao mês em 1954, mesma época em que teve o primeiro contato com Manoel de Nóbrega, de quem se tornaria amigo. Com dívidas, continuava a trabalhar no bar, sem conseguir a quantia que precisava. Foi então que teve a ideia de criar uma publicação, a revistinha Brincadeiras para Você, que trazia passatempos como palavras cruzadas, charadas e piadas. Silvio passou a vender exemplares para lojas, que as distribuíam de graça aos clientes.

O locutor passou a trabalhar também em circos, fazendo a apresentação de artistas. Quando ocorriam atrasos, buscava entreter a plateia, tendo suas primeiras experiências como animador de auditório, o que faria muitas vezes dali em diante. O apresentador, porém, ficava envergonhado em algumas ocasiões, e seu rosto avermelhado acabou lhe rendendo o apelido de ‘Peru que fala’. Aproveitando este lado de Silvio, Nóbrega chamou-o para fazer parte de seu programa na rádio Nacional.

O baú da felicidade

A origem do Baú da Felicidade não envolve diretamente Silvio Santos, mas sim Manoel de Nóbrega. Em 1957, um homem de origem alemã contatou-o para oferecer um serviço de cestas de Natal semelhante ao que ofereciam empresas como Columbus e Amaral, porém, em vez de produtos natalinos, seriam entregues brinquedos. Basicamente, o comprador pagava com antecedência e recebia o produto final ao término do ano.

Foi oferecido a Nóbrega que investisse em anúncios da rádio, atribuindo sua credibilidade ao Baú, enquanto o alemão cuidaria do resto. O homem, porém, teria aplicado um golpe em Manoel e sumido com o dinheiro, fazendo com que muitas das cestas tivessem de ter o valor devolvido. Foi aí que o radialista pediu a Silvio que ficasse na empresa ajudando a ressarcir os clientes e pedir que não fossem à imprensa reclamar.

Silvio demorou, mas acabou cedendo aos pedidos do amigo. À época, o Baú da Felicidade ficava em um porão na rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. Ele expulsou o ex-sócio de Nóbrega do local, que tinha apenas uma mesa, algumas caixas, gavetas e máquinas de autenticar cheques, além de uma funcionária.

Depois de alguns dias, chegou à conclusão de que a iniciativa poderia render lucro, e passou a fazer algumas mudanças e investimentos. O negócio foi tomando uma proporção maior e mais variada, com louças e outros objetos domésticos além dos brinquedos. Nóbrega, com medo de um prejuízo ainda maior, decidiu sair do negócio, passando a empresa totalmente ao comando de Silvio Santos, o que foi visto como um grande ato de generosidade e fortaleceu os laços entre a dupla.

Início na televisão

Em 1961, com o crescimento do Baú, Silvio decidiu também buscar espaço na televisão, lançada onze anos antes e em fase de crescimento no Brasil. Sua estreia como apresentador foi em um programa chamado Vamos Brincar de Forca, na TV Paulista (comprada pela Globo em 1966), que contava com patrocínio do então deputado Carlos Kherlakian.

Com a boa repercussão, decidiu se arriscar e alugar um horário aos domingos, com o Programa Silvio Santos, que inicialmente tinha apenas duas horas de duração, começando ao meio-dia. À época, a emissora costumava ficar praticamente fechada aos domingos, contando, no máximo, com uma transmissão de futebol. Com shows, brincadeiras e prêmios baseados no Baú da Felicidade, a atração fez sua estreia em 1962 com quadros como o Cuidado com a Buzina, Só Compra Quem Tem, Pergunte e Dance e Rainha Por Um Dia. Na sequência, foi abrindo outras empresas e ganhando mais notoriedade perante o público. Em 1964, recebeu o seu primeiro Troféu Imprensa, como Melhor Animador.

Em 1965, o apresentador também investiu em um programa na TV Tupi, nas noites de quarta-feira, Festa dos Sinos. Posteriormente, seria mudado para Sua Majestade, o Ibope, Cidade contra Cidade e Silvio Santos Diferente, que migrou para a Record em 1976.

A saga pelo canal próprio

Com a Globo passando por algumas mudanças em 1971, o apresentador chegou perto de não ter seu contrato renovado com a emissora. Na mesma época, teve a oportunidade de comprar 50% das ações da TV Record de João Batista Amaral, o Pipa, então sócio de Paulo Machado de Carvalho Filho. Sem nenhuma concorrência aberta pelo governo para uma concessão, era a forma mais próxima que Silvio Santos teria de se aproximar do sonho de ser dono de um canal de televisão, ainda que em um período de crise. O negócio não deu certo e, para sua surpresa, o próprio Roberto Marinho contatou-o – sem saber do fiasco da negociação- pedindo para que ficasse mais um tempo na emissora, renovando sua permanência por mais cinco anos, com a condição de que não adquirisse as ações da concorrente.

Cerca de seis meses depois, os mesmos 50%, que haviam sido adquiridos pelo grupo Gerdau, foram colocados à venda novamente. Apesar do interesse, Santos não poderia comprá-los enquanto estivesse vinculado à Globo, e contou com a ajuda de um amigo, Joaquim Cintra Gordinho, para participar do negócio. Sua participação na Record seria vendida somente em 1989, quando a emissora foi comprada por Edir Macedo.

Surge a TVS

Silvio Santos conquistou a sua própria emissora de televisão em 1975, após esforços junto ao governo, principalmente ao ministro das comunicações, Euclides Quandt de Oliveira. Em 22 de outubro de 1975, o presidente Ernesto Geisel outorgou o canal 11 ao apresentador, pelo decreto nº 76.488. Surgia oficialmente a TV Studios Silvio Santos Ltda., mais conhecida como TVS. A oficialização do contrato ocorreu em Brasília, em 22 de dezembro daquele ano.

Uma das testemunhas da assinatura foi Manoel de Nóbrega, seu amigo de longa data, que viajou para a ocasião mesmo já bastante doente, praticamente em estado terminal. Ele morreria meses depois, em 17 de março de 1976. “É a primeira vez na história do Brasil que um canal de televisão é entregue a um punhado de artistas”, discursou Nóbrega na ocasião. A TVS entrou no ar oficialmente pela primeira vez em 14 de maio de 1976, através da transmissão da torre da antiga Continental.

Na programação inicial da emissora, constavam alguns conteúdos comprados dos Estados Unidos, além de sessões de filmes que chegavam a ser exibidos três vezes seguidas, e seriados como Hazel, a Empregada Maluca e Joe Forrester. O Programa Silvio Santos era exibido aos domingos, e também ia ao ar simultaneamente pela Tupi durante algum tempo.

SBT

O SBT como conhecemos hoje, sigla para Sistema Brasileiro de Televisão, só surgiria oficialmente em 19 de agosto de 1981, quando a emissora tomou, de fato, proporção nacional.

O entretenimento sempre foi o carro-chefe. Hebe Camargo, Flávio Cavalcanti, Gugu Liberato, Ratinho, Raul Gil, Carlos Alberto de Nóbrega, Jô Soares, Serginho Groisman, Marília Gabriela, Otávio Mesquita, Celso Portiolli, Eliana, Angélica, Danilo Gentili, Maisa Silva, entre tantos outros, estão entre os apresentadores que estrelaram programas no canal ao longo das gerações. Todos, é claro, contemporâneos à presença de Silvio Santos, que se acostumou a tomar conta de boas horas da programação dominical. Hoje, é impossível pensar na história do SBT sem atrelá-la automaticamente ao apresentador.

O canal se acostumou a focar outra parcela de seu horário em programação infantil, com diversos desenhos e apresentadores como palhaço Bozo, Angélica, Eliana, Maisa Silva, Yudi Tamashiro e, mais recentemente, Silvia Abravanel, uma das filhas do apresentador, que assim como as irmãs Patrícia e Rebeca, também se aventuram em frente às câmeras. Outras atrações atingiram sucesso com os jovens em décadas distintas, com mais de uma versão, tanto estrangeiras como nacionais, como Chiquititas e Carrossel.

Novelas mexicanas, como A Usurpadora, Esmeralda, Maria do Bairro e Marimar, tornaram-se ‘marca registrada’ do SBT, com diversas reprises dubladas. Do país norte-americano vêm também Chaves e Chapolin, que fizeram sua estreia no Brasil em 1984, sendo exibidos até 2020, quando uma questão envolvendo os direitos autorais entre a Televisa e a família de Roberto Gómez Bolaños, criador da atração, impediu que os seriados continuassem sendo exibidos.

O primeiro telejornal da casa foi o Noticentro, em 1981. Na década de 1990, uma abordagem mais popular foi vista no Aqui Agora. Posteriormente, vieram atrações especiais como o SBT Repórter e o Conexão Repórter, de Roberto Cabrini. Entre os nomes que passaram pela emissora, constam Gil Gomes, Wagner Montes, César Tralli, Celso Russomano, Luiz Bacci, César Filho, Ana Paula Padrão, Sérgio Chapelin, Hermano Henning e Joseval Peixoto.

Nos anos 1980, Silvio Santos chegou a propôr que todas as emissoras de TV no Brasil reservassem o mesmo horário para exibir somente telejornais, por mais simples que fossem, com a intenção de incentivar o público a ficar inteirado das notícias diariamente. A ideia, porém, não foi concretizada.

Polêmicas

Nem só de bons momentos foi composta a vida de Silvio Santos. Por diversas ocasiões, o apresentador foi alvo de críticas, acusações e até mesmo investigações que contaram com grande cobertura midiática. Muitas delas remetiam ao seu lado empresário.

Durante o início de sua carreira, escondeu o fato de ser casado. “Quando eu me lembro da minha mulher que morreu, e que dizia que era solteiro… Escondi minhas filhas para poder ser o galã, o herói. Quando falo com a minha consciência, acho que é uma das coisas mais imperdoáveis que fiz diante da minha maturidade. Hoje vejo as besteiras que fiz”, refletia, em 1987.

Naquele mesmo ano, Silvio assumiu problemas na Liderança Capitalização, uma das empresas de seu grupo, após denúncias feitas por clientes que se sentiram enganados. “Não pode ir na conversa do vendedor. O vendedor é ‘fogo’. Vender papel é ‘fogo’. Às vezes, eles tapeiam. Com o carnê também eles tapeiam, mas é mais difícil. Tomei conhecimento, chamei a diretoria e mandei devolver o dinheiro. Vi quais eram as irregularidades, tentei sanar. Ainda não é uma empresa boa, que me convença. Ainda acho que devo fazer melhor ou acabar com ela. Olha, tudo é permitido por lei, mas ainda assim tem vendedor que tapeia. Os papeleiros são fogo. Eles inventam histórias. Estamos policiando os vendedores, mandamos prender, botamos na penitenciária se é possível”, justificava ao Estadão.

No mesmo ano, também se defendia de acusações de uso de trabalho escravo na fazenda Tamakavy, no Mato Grosso, comprada por Silvio com incentivos fiscais durante o regime militar na década de 1970: “Se havia, também não é culpa minha. Nunca fui lá, só vi de fotografia. Sei que é uma das maiores fazendas do Brasil”.

Em 1991, precisou prestar depoimento à Polícia Federal para justificar o destino que deu aos cerca de 45 milhões de dólares recebidos de Edir Macedo quando vendeu suas ações da TV Record. À época, havia suspeita de que o empresário não teria incluído o recebimento do dinheiro em sua declaração de renda. Silvio depôs durante quatro horas em São Paulo, e ao ser abordado pela imprensa na saída, debochou: “Demorei porque a conversa estava boa”.

Em 2001, foi vítima de um sequestro que contou com ampla cobertura televisiva. Inicialmente, os criminosos levaram sua filha, Patrícia, e mantiveram-na em cárcere privado por alguns dias. O resgate foi pago e ela foi liberada pelo sequestrador Fernando Dutra Pinto, que, após longa perseguição policial, conseguiu fugir. No dia seguinte, ele foi até a casa de Silvio Santos e driblou a segurança, pulando o muro e mantendo o apresentador como refém. O criminoso só se entregou após negociação direta do então governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que foi pessoalmente à mansão de Silvio.

Em 2003, o apresentador saiu na capa da revista Contigo com algumas declarações bombásticas que, apesar de irônicas, repercutiram bastante. “Estou mal, muito mal. Você não sabe o que é esperar a morte, deitado, fazendo transfusões de sangue, exames, mais nada. É uma doença nas coronárias, se chama ‘ataque do coração em seis anos’”, afirmou, na ocasião. Ele ainda ‘anunciou’ que pretendia se desfazer de seu canal: “SBT? Eu já vendi, como é que eu vou saber o que se passa no SBT? Agora quem vai tomar conta do SBT é o Boni e a Televisa”.

Em 2011, após constatação de um rombo no Banco Panamericano, o empresário precisou disponibilizar seu próprio patrimônio, as 44 empresas do Grupo Silvio Santos, como garantia a um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

O lado apresentador também se envolveu em diversas polêmicas. Muitas delas em anos recentes, quando o apresentador já estava mais idoso. Durante apresentação do Teleton, em 2018, por exemplo, foi acusado de assédio por fazer comentários indelicados após negar um abraço à cantora Claudia Leitte. “Esse negócio de ficar dando abraço me excita, e eu não posso ficar excitado”.

No mesmo ano, ao saber que a convidada Mariana Kupfer tinha uma filha sem ser casada, se revoltou: “Não casou e tem filho? Isso é uma vergonha! Vocês que não casam e têm filhos, é uma vergonha, não pode fazer uma coisa dessa. Quem faz isso é pecadora, não entra no céu”.

Em 2019, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo e a Promotoria de Justiça de Osasco instauraram inquérito para investigar um concurso de miss infantil no Programa Silvio Santos exibido em 22 de setembro daquele ano. Diante de participantes que tinham entre sete e oito anos de idade, Silvio Santos comentou que a votação da vencedora levaria em conta “quem tem as pernas mais bonitas, o colo mais bonito, o rosto mais bonito e o conjunto mais bonito”. Na década de 1980, a secretaria de educação chegou a proibir a participação de crianças em seus programas de auditório durante um período.

Em 1971, uma passagem curiosa: a pedido de Plácido Manaia Nunes, então diretor da revista Melodias, em dificuldades financeiras, Silvio Santos apareceu na capa de uma edição ‘revelando’ ser careca – o que não era verdade. A história quintuplicou as vendas e ajudou a publicação a se manter mais algum tempo em atividade.

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