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Rádios deveriam pagar pela transmissão de eventos de futebol?

GLENN STENGER CABECA hojesc

Ao contrário de outras conversas nossas em que deixo as respostas para o final de nosso texto, nesse vou responder de bate-pronto: SIM!

Todas as transmissões feitas ao vivo deveriam pagar para que tivessem o direito de ser transmitidas. Ponto final.

Esse assunto é tratado há anos por um dirigente de clube do Paraná. Ele já ganhou, já perdeu em algumas instâncias jurídicas. Eu vejo que a discussão da matéria não é apenas jurídica. Se assim fosse, todas as rádios pagariam para estar no estádio transmitindo. Os direitos são do clube e ele deve monetizá-los da maneira que melhor lhe aprouver. Simples assim.

Há gigante lobby para que isso não aconteça. Quem tem o “poder da caneta” para definir em prol dos clubes, também tem o receio de que essa medida lhe traga impactos negativos. Não querem ficar mal com quem tem o microfone em mãos. Em algumas situações o microfone é, inclusive, deles mesmos…

Obviamente os valores não seriam os mesmos cobrados de empresas que transmitem imagem. Afinal estamos tratando apenas da narração do evento. Os valores cobrados deveriam ser bem menores, mas nunca inexistentes. Qual seria a audiência dessas rádios, qual seria o número de anunciantes, acaso as transmissões não fossem possíveis? Certamente a audiência seria mínima e os valores de anúncios comercializados também reduziriam bastante.

Ora, então qual a lógica do veículo de comunicação lucrar com a transmissão de um evento que não é dele e não remunerar o proprietário dos direitos? Nenhuma!

No formato atual, inclusive, os clubes chegam a perder receitas. Há uma série de profissionais incapacitados (por favor, não generalizemos a citação, pois nos tempos atuais tudo é 8 ou 80) que depreciam todo o trabalho que o clube faz (investindo milhões) sem nenhuma responsabilidade. Fazem torcedores afastarem-se do clube de coração pois acreditam nas “verdades” que os detentores do microfone proliferam. É muito fácil para eles emitirem opiniões vazias, sem ter ideia do contexto que levou a instituição a ir por esse ou por aquele caminho. Quase nunca são responsabilizados pela opinião que divulgam.

A força de influência que as rádios possuem ainda é muito forte. Elas sabem disso e usam em benefício próprio. Se alguém se insurge contra o sistema já começa a ser apedrejado e a massa acredita na informação que mais é adequada aos seus ouvidos. Nem sempre é a melhor informação, a mais dura, a mais correta. Mas é a informação que mais lhe é conveniente. Nesse processo as rádios são craques!

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