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GERSON GUELLMANN CABECA hojesc

Para quem gosta e entende de vinho. E para quem bebe, mesmo sem entender

vinho

Recuperei um artigo interessante que reproduzi no meu blog há alguns anos, destinado aos apreciadores de vinhos. Ele serve tanto aos que não passariam vergonha em uma degustação às cegas quanto aos que gostam e usufruem da bebida mesmo sem reunir muito conhecimento — aqueles que nunca se debruçaram sobre a origem de cada uva.

Antes, cabe um pedido antecipado de desculpas ao meu amigo Alexandre Teixeira, que todas as sextas-feiras nos brinda aqui no HojePR com sua coluna Bons Vinhos, Bons Amigos e Boas Conversas — essa, sim, coisa de profissional para graduados.

Vale também uma curiosidade: não posso me dizer um “abstêmio”, porque a definição clássica não se aplica a mim, assim como a de “abstinente”. Na realidade, nunca tive o hábito de beber, o que não me impede de, eventualmente — e posso dizer “muito eventualmente” mesmo — bebericar alguma coisa.

Mas, no que se refere aos vinhos, me limito — e faço com prazer — a percorrer corredores de supermercados e lojas especializadas para apreciar, veja só, os rótulos das garrafas. Faço isso com certa regularidade, já que sou o encarregado de adquirir a bebida para a Rosane, minha esposa.

Voltando ao artigo a que me referi no início: ele foi publicado há mais de sete anos na Flipboard.

Merlot, Cabernet ou Syrah? Entenda as diferenças entre as uvas do vinho
Bruno Garattoni/14 de jun de 2018

As rainhas das prateleiras

1. Sauvignon Blanc

Originária do vale do Loire, a sauvignon blanc produz vinhos frescos, de boa acidez e aroma pronunciado. Esse aroma pode lembrar maracujá, pimentão verde, frutas cítricas e grama. Os melhores do mundo vêm da região de Sancerre, no Loire; no Brasil, as melhores compras são os vinhos das áreas costeiras do Chile, onde a influência do Pacífico derruba a temperatura (o que é bom para essa uva).

Onde dá: França (Loire e Bordeaux), Nova Zelândia, Chile (Leyda e Casablanca).

2. Cabernet Sauvignon

A cabernet é, de longe, a uva tinta mais popular que existe. Adaptou-se ao clima de quase todos os países que produzem vinho. Resulta em bebidas de cor escura e muitos taninos, com aromas de cereja, amora, pimentão verde e hortelã − os exemplares envelhecidos em carvalho remetem a baunilha e chocolate. É a uva predominante nos grandes vinhos de Médoc e Graves, em Bordeaux. Para um vinho bacana e barato, invista num chileno ou num argentino.

Onde dá: França (Bordeaux), Califórnia, África do Sul, Austrália, Itália (Toscana), Espanha (Catalunha), Chile (Maipo).

3. Chardonnay

Uva branca mais plantada no mundo, a chardonnay é usada tanto em espumantes quanto em vinhos tranquilos. Seu perfil aromático é bastante versátil. A variedade atinge seu auge na Borgonha, onde resulta em vinhos delicados e minerais, com notas de frutas verdes. No Novo Mundo, tendem a ser abaunilhados e amanteigados − resultado da guarda em barril. Os espumantes nacionais, onde ela geralmente vem misturada à pinot noir, são a melhor relação custo-benefício.

Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Califórnia, Austrália, Brasil.

4. Merlot

É a outra uva de Bordeaux, onde faz tabelinha com a cabernet sauvignon. Ela prevalece nos vinhos de denominações prestigiadas, como Pomerol. É a uva tinta que melhor se adaptou ao sul do Brasil, embora as melhores barganhas do mercado doméstico recaiam nos rótulos chilenos. Enquanto a cabernet é potência, a merlot é suavidade − menos cor e menos taninos em vinhos redondos, suculentos e fáceis de beber. No nariz, lembra ameixa e amoras; se envelhecida, adquire cremosidade e notas de baunilha.

Onde dá: França (Bordeaux), Chile (Colchagua), Austrália, Itália (Toscana), Estados Unidos (Califórnia), Brasil.

5. Pinot Noir

Há quem diga que a Borgonha, sua região de origem, é o único lugar capaz de produzir e trabalhar bem a temperamental pinot noir. Não é bem assim: os tintos borgonheses são imbatíveis (e caríssimos), mas a pinot também consegue bons resultados em outras zonas de clima frio. Produz vinhos de cor vermelha, com aromas de frutas vermelhas e, quando há passagem por carvalho, notas de baunilha e coco. Também entra na composição de espumantes − inclusive alguns ótimos brasileiros.

Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Nova Zelândia, Estados Unidos (Oregon), Chile (Leyda e Casablanca), Brasil.

6. Malbec

Nativa do sudoeste francês, onde se transforma em vinhos rústicos, encontrou seu lugar ideal na Argentina. O sol abundante do deserto de Mendoza transforma a malbec em vinhos frutados (amora, cereja) e florais (violeta), encorpados e suculentos. Recentemente, o vizinho Chile passou a investir nessa uva, produzindo exemplares de perfil aromático distinto − com notas mentoladas e de especiarias.

Onde dá: Argentina (Mendoza, Salta, Patagônia), França (Cahors, Bordeaux), Chile (Colchagua).

7. Syrah

A syrah é a uva tinta que reina no vale do Rhône (sul da França), prevalecendo nos blends de vinhos conceituadíssimos, como o Côte-Rotie e o Hermitage. No nariz, a syrah geralmente lembra especiarias como pimenta negra e um toque levemente defumado. No Novo Mundo, encontrou seu lugar na Austrália, que se tornou referência em vinhos intensos, com aromas de frutas negras e chocolate. Lá, a uva recebe o nome de shiraz.

Onde dá: França (Rhône e Languedoc), Austrália, África do Sul, EUA (Washington) e Chile (Rapel).

8. Riesling

Uva de clima frio, resulta em bebidas minerais e intensamente aromáticas. Os exemplares alemães podem ser secos ou adocicados.

Onde dá: Alemanha, França (Alsácia), Nova Zelândia.

9. Prosecco

Para proteger seus vinhos de imitações, a Itália recentemente mudou o nome desta uva para glera. Produz espumantes que vão do sofrível ao muito bom.

Onde dá: Itália (Vêneto).

10. Nebbiolo

A uva-símbolo do Piemonte não se adapta bem a outras regiões. Sua cor relativamente pálida engana: os vinhos são bastante tânicos e podem requerer envelhecimento.

Onde dá: Itália (Piemonte).

11. Pinotage

Cruzamento de pinot noir e cinsault, fez sucesso somente nos vinhedos sul-africanos. Seus críticos dizem que ela produz vinhos com aroma de tinta − o que não é nada bom.

Onde dá: África do Sul.

12. Primitivo

Uva nativa do quente sul da Itália, onde gera vinhos tintos suculentos e muito alcoólicos. Nos Estados Unidos, mudou de nome para zinfandel.

Onde dá: Itália (Puglia) e EUA (Califórnia).

13. Sangiovese

Variedade típica da Itália central, resulta em vinhos com acidez marcante − que podem ser de médio corpo (Chianti) ou encorpados (Brunello de Montalcino).

Onde dá: Itália (Toscana), EUA (Califórnia).

14. Tannat

Nasceu no país basco francês, mas foi adotada pelo Uruguai − único país a investir na tannat como varietal.

Onde dá: Uruguai, EUA (Califórnia).

15. Tempranillo

Uva abundante em toda a Península Ibérica, resulta em vinhos potentes e ricos em notas de frutas e especiarias. É a base dos grandes rótulos de Rioja e Ribera del Duero.

Onde dá: Espanha (Rioja, Ribera del Duero, Toro, Catalunha), Portugal (Douro, Porto, Alentejo).

16. Touriga Internacional

Em meio à confusão das variedades portuguesas, a touriga nacional se destaca − é uma das poucas a serem plantadas isoladamente. O aroma floral (de violeta, principalmente) é característico.

Onde dá: Portugal (Douro, Porto, Dão).

A matéria no site original pode ser lida aqui.