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MANOEL KNOPFHOLZ CABECA HOJESC

O Triângulo das Bermudas das famílias empresárias

Quando as práticas e atitudes se embaraçam é que surge a metáfora do Triângulo das Bermudas, onde acontecem os desaparecimentos de embarcações e aeronaves, como que magnetizados rumo ao fim. Cabe, portanto, evitar esta rota da tragédia pela ação.

A empresa familiar começa com um fundador, torna-se sociedade entre irmãos e pode chegar a um consórcio de primos. Quanto mais familiares a integrarem, maior é a complexidade em mantê-la perene e sólida. Para tanto, as modernas famílias empresárias devem objetivar para cada um dos ativos as suas metas e objetivos:

  • Afinal, qual ativo nos interessa preservar?
  • Qual ativo é prioritário?
  • É possível manter o equilíbrio entre os três ativos?

Queremos perpetuar a empresa? Queremos perpetuar o legado do fundador? A empresa será sempre o pilar da família? Iremos investir todos os nossos recursos na empresa? Teremos um programa de sucessão? Como faremos para definir os critérios de acesso de herdeiros e sucessores? Qual o compromisso da empresa com o fundador após a sua retirada? Como a administraremos? Profissionalizaremos com profissionais externos? Qual a previsão dos nossos resultados?

A empresa familiar começa com um fundador, torna-se sociedade entre irmãos e pode chegar a um consórcio de primos.

Quanto mais familiares a integrarem, maior é a complexidade em mantê-la perene e sólida.

E em relação ao patrimônio? Queremos imobilizá-lo? Como monetizá-lo? Como classificamos nossos bens móveis, imóveis ou semoventes? O que queremos com cada um deles? Quanto do patrimônio estamos dispostos a prover na empresa em caso de necessidade de capital de giro ou de recursos? Faremos um family office? Como destinaremos os investimentos familiares? E quanto à família? Seremos equitativos e justos com todos os herdeiros? Faremos um programa para sucessores e herdeiros?

Daremos uma bolsa de estudos para os herdeiros que não desejam trabalhar na empresa para que alavanquem as suas escolhas profissionais? Teremos um conselho para as novas gerações? Como faremos com a aposentadoria ou incapacidade do patriarca ou da matriarca após sua aposentadoria ou invalidez?

Como se observa, estas e outras tantas são questões que permeiam todas as famílias detentoras de empresas, vínculos familiares e patrimônio. Afinal, como resolver e solucionar esta questão? Estabelecendo mecanismos de governança e administração distintas para a empresa, para o patrimônio e para a família ao se transformar numa família empresária.