Uma descoberta paleontológica no interior de São Paulo revelou uma nova espécie de ave pré-histórica, o Navaornis hestiae, considerada um elo perdido entre as aves mais antigas e as atuais.
O fóssil, datado de aproximadamente 80 milhões de anos, foi encontrado na Formação Adamantina, na região que corresponde ao atual município de Presidente Prudente (SP).
Navaornis hestiae
O Navaornis hestiae apresenta características que o posicionam entre os dinossauros terópodes e as aves modernas. Seu esqueleto combina traços primitivos, como dentes e cauda óssea longa, com adaptações mais avançadas, incluindo estruturas semelhantes a asas. Essa combinação oferece insights valiosos sobre a transição evolutiva dos dinossauros para as aves.
A descoberta foi realizada por uma equipe de paleontólogos brasileiros, que destacam a importância do achado para a compreensão da evolução das aves. “O Navaornis hestiae preenche uma lacuna significativa no registro fóssil, ajudando a entender como ocorreram as adaptações que levaram ao voo nas aves modernas”, afirma o pesquisador responsável pelo estudo.
A Formação Adamantina, onde o fóssil foi encontrado, é conhecida por abrigar diversos registros de dinossauros e outros vertebrados do Cretáceo Superior. A identificação do Navaornis hestiae reforça a relevância dessa região para estudos paleontológicos e destaca o potencial do Brasil em contribuir para a compreensão da história evolutiva das aves.
Os pesquisadores planejam continuar as escavações na área, na expectativa de encontrar mais fósseis que possam fornecer informações adicionais sobre a diversidade de espécies que habitaram a região durante o período Cretáceo. “Cada novo fóssil descoberto nos aproxima de entender como as aves evoluíram e se diversificaram ao longo dos milhões de anos”, conclui o paleontólogo.
A descoberta do Navaornis hestiae representa um marco na paleontologia brasileira, evidenciando a riqueza do patrimônio fóssil do país e sua importância para a ciência mundial. O estudo completo sobre a nova espécie foi publicado na revista científica Nature em novembro de 2024.
Imagem: Júlia d’Oliveira/Reprodução
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