
Um projeto de País jamais poderá ser forjado com escândalos morais como os supersalários. É gritante este assunto e, por isso, precisamos encará-lo de frente, para podermos conduzir nossa Nação para um caminho diferente. Este tema se soma a tantos outros que precisam ser enfrentados. Os supersalários são mais um sintoma do quanto nossa República está doente e desvirtuada.
Esses vencimentos, que ultrapassam o teto constitucional com “penduricalhos” e brechas legais, são mais do que uma afronta financeira: são um sintoma grave da doença sistêmica que corrói nosso sistema político. Como empresário e cidadão, vejo nesses privilégios a negação da essência republicana, e urge combatê-los para devolver ao povo o que lhe é de direito.
A Constituição estabelece um teto claro: nenhum servidor público deve receber acima do limite definido. No entanto, com artifícios como auxílios e gratificações, essa regra é burlada descaradamente. Em 2024, o Judiciário gastou R$ 10,5 bilhões além do permitido, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Esse desvio, que escapa até do Imposto de Renda, não apenas viola a lei, mas erode a confiança nas instituições e pune o contribuinte, que sustenta o Estado sem ver retorno em serviços de qualidade.
Os supersalários refletem um sistema político viciado, onde a corrupção sistêmica se disfarça de legalidade. Em um país com carga tributária de 33% do PIB, ver bilhões desviados para uma elite é um insulto ao trabalhador. Eficiência exige transparência e meritocracia, não manobras para burlar a lei. O Judiciário, que deveria zelar pela Constituição, torna-se cúmplice ao permitir esses abusos, comprometendo sua legitimidade.
O Manifesto pelo Fim dos Supersalários, hospedado na plataforma Change.org e promovido pelo Ranking dos Políticos, é um grito contra essa injustiça. Com o lema “acima do teto, só o céu. No serviço público, nenhum centavo a mais!”, a iniciativa exige o cumprimento rigoroso do teto constitucional, o fim das brechas e transparência total nos contracheques. Seus argumentos são inegáveis: supersalários aprofundam a desigualdade, geram revolta social e enfraquecem a democracia.
O manifesto clama por um Brasil onde o dinheiro público seja usado para saúde, educação e segurança, não para sustentar privilégios de uma casta. É um convite à sociedade para assinar, compartilhar e pressionar o Congresso por mudanças.
Combater os supersalários é essencial para resgatar a essência da República: um sistema onde a lei vale para todos e o Estado serve ao povo, não a si mesmo. Precisamos de reformas urgentes: fechar brechas legais, garantir transparência e punir violações. Iniciativas como o manifesto mobilizam a sociedade para essa luta, exigindo que deputados e senadores ajam.
As eleições de 2026 serão cruciais. O cidadão deve cobrar candidatos comprometidos com o fim dos supersalários e a renovação do sistema político. Quem silencia diante desses privilégios não representa o povo. Que o Brasil recupere sua República, com um teto constitucional respeitado e recursos públicos devolvidos em serviços dignos.
Vamos construir um Projeto de País!
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