Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho são um retrato fiel do funcionamento doDesaceleração do Mercado de Trabalho Formal mercado de trabalho formal. O emprego celetista o qual recolhe FGTS, paga férias e 13º salário para os empregados são computados nesse banco de dados.
O ano de 2024 foi espetacular para o desempenho do mercado de trabalho formal. Entre os meses de janeiro a dezembro de 2024, foram gerados 1.679.564 novos empregos no Brasil, com desempenho positivo nos setores de serviços, comércio, indústria e construção. Foi uma expansão de 15,4% se comparado com 2023. Registramos um estoque recorde de emprego formal de 47,2 milhões de trabalhadores.
No acumulado de janeiro a julho, temos os seguintes resultados para a economia nacional. Em 2024 foram gerados 1.503.467 novos empregos, registrando um crescimento de 28,1%. Foi um crescimento espetacular. Entretanto, a geração de empregos formais está desacelerando neste ano. Em 2025, foram registrados 1.347.807 novos empregos, uma queda de 10,3% em relação ao mesmo período de 2024.
Cabe destacar que o saldo ainda é positivo indicando uma acomodação do mercado de trabalho e não uma recessão econômica. De fato, com uma taxa de juros Selic de 15,00% a.a., a economia vai perder tração, com redução nos investimentos produtivos e no consumo das famílias.
Setores que são sensíveis aos financiamentos, como a indústria e construção estão registrando as maiores desacelerações em 2025 e os empresários listam a dificuldade de acesso ao crédito como um problema latente da economia.
Como perspectivas, esperamos um saldo positivo em 2025 e 2026, mas com desaceleração.
(*) Lucas Lautert Dezordi é doutor em Economia e professor da PUC PR