Pular para o conteúdo
lucas-dezordi

Dinâmica Inflacionária no Brasil e seus efeitos nos juros

Neste primeiro artigo da coluna ECONOMIA SEM COMPLICAÇÃO vou abordar uma realidade amarga para a economia brasileira: o processo inflacionário na economia nacional e seus impactos sobre a taxa de juros.

O Brasil adota o regime de metas para inflação com o centro da meta em 3,00% contínua e limite inferior de 1,5% e superior de 4,5%. Os últimos semestres, não foram fáceis para a inflação. Em 2024 a inflação oficial acumulada do IPCA foi de 4,83% e no acumulado de 12 meses, de agosto de 2024 a julho de 2025, temos uma inflação de 5,35%. Em ambos os casos, acima do limite superior. Em janeiro e julho deste ano, o presidente do Banco Central (BC) enviou duas cartas abertas ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN) explicando os motivos da inflação elevada e persistente, bem como as ações que a Autoridade Monetária está realizando para trazer a inflação de volta à meta de 3,00%.

Como consequência, desde 2021, com a escalada dos preços em virtudes dos efeitos do Covid-19, o Banco Central do Brasil (BCB) aumentou de maneira brusca a taxa de juros Selic. Seu valor passou de 2,0% em janeiro de 2021 para 15,00% ao ano em junho de 2025. Atualmente, nossa taxa de juros reais (descontada a inflação) é maior que 9% ao ano. Temos uma das maiores taxas de juros do mundo.

Com efeito, os bancos repassam esse custo maior do dinheiro para o consumidor brasileiro em suas principais operações de crédito. Nossa capacidade de consumo fica reduzida. Precisamos ter mais cuidado e atenção na hora de contratar um empréstimo ou financiamento para comprar um carro, adquirir um imóvel, financiar um eletrodoméstico ou até mesmo utilizar o cartão de crédito.

Neste ambiente de juros elevado, como posso escolher o melhor financiamento? Podemos verificar quais as taxas de juros são praticadas pelas principais instituições financeiras?

Sim, podemos. Venho, através dessa coluna, informar que o BCB lança regularmente um ranking de taxa de juros praticada pelas instituições financeiras com a finalidade de fomentar a competição. O link: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/txjuros descreve um comparativo de juros das principais linhas de créditos das instituições financeiras mais relevantes.

Percebam que no parcelamento do cartão de crédito, os juros podem variar de 2,49% (PARANÁ BANCO) a 8,96% (BCO XP) ao mês. É preciso tomar cuidado! Com isso, vale a pena comparar essas taxas de juros e escolher o melhor financiamento de acordo com sua necessidade.

Lucas Lautert Dezordi é doutor em Economia e professor da PUC PR.