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Kiss: o peso da maquiagem e do hard rock

MARCUS VIDAL CABECA hojesc

Não quero ser saudosista mas, para mim, o hard rock e o heavy metal foram espetaculares nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época surgiram várias bandas que me conduziram a gostar do bom e velho rock’n’roll até hoje. Não digo que não tenham boas bandas surgidas nas décadas seguintes. Mas o rock, com aquela pegada mais pesada, é fruto dos ’70s e ’80s.

Algumas me marcaram muito. E uma delas é o Kiss. Banda surgida em 1974 numa New York conturbada culturalmente. Fim do psicodelismo, início do punk, new wave e, mais tarde, da disco music. Depois de muitos bons álbuns na década de 1970, o Kiss ficou um pouco temeroso com o andamento do rock oitentista. Mas, depois de um álbum conceitual e diferente, intitulado ‘Music From “The Elder”’, lançaram uma pérola do rock: ‘Creatures of the Night’.

Voltaram ao hard rock verdadeiro. Ao heavy metal de arena. Com composições pesadas que virariam hits em muitos países. Apesar de algumas brigas internas, o álbum é um dos que mais vendeu, agradando crítica e público. Mesmo com o guitarrista Ace Frehley apresentando problemas com álcool, seu nome foi creditado no álbum, mas ele não tocou em nenhuma música. Nove músicas, eu diria, petardos do hard rock. E isso inclui uma música romântica que, sem dúvida, é um marco na carreira da banda.

kiss

O álbum foi lançado em 13 de outubro de 1982, comemorando quatro décadas nessa semana, com a produção de Michael James Jackson, Paul Stanley e Gene Simmons. Inicia com a música título, Creatures Of The Night, com seu ritmo alucinante, solos rápidos e coro de vozes que nenhuma outra banda conseguiu na década de 80. Sem contar com as batidas do inesquecível Eric Carr, o melhor baterista de todas as formações da banda.

Saint And Sinner tem um vocal arrasador de Gene Simmons, com a melodia se encaixando perfeitamente com a letra. A bateria arrasa novamente e o solo de guitarra é maravilhoso.

Keep Me Comin’ é uma aula de vocal de Paul Stanley, com coro hard mesmo. Rock And Roll Hell tem um gosto de anos 70, com Gene novamente arrasando nos vocais e Eric dando o andamento da música com sua bateria incrível.

Em Danger, Paul canta como nunca, alcançando notas mais graves. O solo de guitarra é alucinante. Em seguida um dos hinos dos anos 80. I Love It Loud é entoada alucinadamente até hoje pelos fãs. Vocal perfeito de Gene e o refrão matador. Mais uma vez, Eric dita o ritmo da música.

A balada I Still Love You é uma das canções mais românticas do hard rock. Tocava em todas as festas de garagem dos anos 1980. Paul dá outra aula de vocal como se estivesse se declarando para alguma garota. Mais de seis minutos de pura emoção, com uma letra pra lá de emotiva: “It hurts so much inside, your telling me goodbye, You wanna be free. And knowin’ that you’re gonna and leavin’ me behind, I gotta make you see, I gotta make you see, I gotta make you see, That I still love you, I still love you, I really, I really love you, I still love you”. É de cortar o coração de qualquer headbanger.

Killer inicia com uma guitarra devastadora. E a entrada da bateria é sensacional. Vocal reto e sem frescuras de Gene.

Para encerrar, War Machine, com Gene novamente indo direto ao assunto: o hard rock. Guitarra estonteante e refrão seguro. Álbum perfeito para o hard rock e heavy metal da época.

• Algumas curiosidades deste álbum:

O compositor de três músicas, I Love It Loud, I Still Love You e Killer, é Vincent Cusano, mais conhecido como Vinnie Vincent, que se tornou o guitarrista da turnê e do álbum seguinte, Lick It Up. Até lançaram o álbum com uma capa alternativa, em que ele aparece. Confira abaixo:

vincent

O álbum foi relançado alguns anos depois com outra capa, com o guitarrista da época, Bruce Kulick e sem as maquiagens. Confira abaixo:

bruce

As músicas Rock And Roll Hell e War Machine foram compostas com parceria de Bryan Adams, ainda não muito famoso.

 

Este álbum é a essência do hard rock dos ’80s. A essência do rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll.