Pular para o conteúdo

AC/DC: do luto ao sucesso

MARCUS VIDAL CABECA hojesc

Os anos 1970 foram realmente promissores no que se trata de hard rock. Com algumas perdas, inclusive. Uma das bandas que soube dar a volta por cima de uma grande perda foi o AC/DC. Com a morte de seu vocalista Bon Scott e a euforia causada pelo punk, a banda se reergueu.

O álbum anterior ‘Highway To Hell’ foi um sucesso. Como fazer para essa pegada não acabar? Conseguiram. Lançado em 25 de julho de 1980, o espetacular ‘Back In Black’ conta com a presença do novo vocalista Brian Johnson e sua inseparável boina, e a produção de Robert “Mutt” Lange.

Até hoje já vendeu mais de 51 milhões de cópias, sendo o álbum de hard rock mais vendido de todos os tempos e um dos 200 álbuns definitivos do Rock And Roll Hall Of Fame. Seria um crime para os meus amigos rockers não falar de nenhum álbum com Bon Scott, mas este ‘Back In Black’ é muito importante na formação de qualquer ser humano apreciador de um bom e velho rock’n’roll.

Todas as músicas são de autoria de Brian e os irmãos Young. Tinham algumas músicas compostas, mas depois da morte de Bon Scott, resolveram começar do zero.

Com sua capa negra, em sinal de luto, esbanjaram vitalidade e punch nas dez músicas. Começando com o sino de Hells Bells e seus acordes de guitarra de Angus Young num gradiente matador. O vocal de Brian é rasgado e preciso.

Shoot To Thrill tem um andamento mais rápido, com a bateria de Phil Rudd colocando a casa em ordem. O solo de guitarra de Angus é voraz e autêntico.

What Do You Do For Money Honey tem boa pegada e coro no refrão.

Givin The Dog A Bone é maravilhosa. Tudo se encaixa. O vocal mais extenso e as guitarras dos irmão Young, perfeitas.

Let Me Put My Love Into You cresce vagarosamente e Brian canta mais lento, mostrando sua versatilidade, sem ser piegas. O baixo de Cliff Williams mostra sua força.

A faixa título, Back In Black, é uma homenagem. Não ao falecido vocalista. A todos os apreciadores dos bons sons pesados. Um marco na carreira na banda, tocada até hoje nos shows.

You Shook Me All Night Long é divertida e arrasadora ao mesmo tempo.

Have A Drink On Me começa com uma pegada blues e descamba para o hard rock. Brian canta as rimas inicias com muita maestria. Uma ode aos beberrões de plantão.

Shake A Leg é visceral. Com seu início “zeppeliniano”, segue matadora até o final.

Finalmente, Rock And Roll Ain’t Noise Pollution. Uma poesia do rock pesado. O epílogo para uma obra prima. Declamado com o furor habitual da banda. Mais de quatro minutos de uma verdadeira lição do bom e velho rock’n’roll.

Você deve escutá-lo no volume máximo. ‘Back In Black’ é um álbum que ficará para sempre na minha memória e na minha estante.

Leia outras colunas do Marcus Vidal aqui.