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Engole esse choro!

KARLA KUSTER CABECA hojesc

Expressões como “engole esse choro”, “pare de drama”, são consideradas insensíveis e desrespeitosas, podendo ser prejudiciais para o bem-estar emocional de uma pessoa.

Muitas vezes aprendemos que ninguém tem nada a ver com nossos problemas, é verdade, mas alguns problemas podem abalar o emocional e prejudicar o desempenho da equipe.

As empresas precisam estar preparadas para ajudar os colaboradores em casos de problemas emocionais. Um colaborador em um momento de vulnerabilidade deve ser tratado com empatia e sensibilidade, isso demonstra um ambiente de respeito e compreensão mútua.

É compreensível que às vezes as pessoas não estão preparadas ou muitas vezes não estão dispostas a ajudar umas às outras. O olhar humanizado das empresas para seus colaboradores é importante e hoje existem pessoas e recursos que podem oferecer suporte a essas situações.

Profissionais como terapeutas, conselheiros, mentores ou coachs podem ser úteis para ajudar os colaboradores em momentos difíceis.

Algumas empresas criam grupos de apoio dispostos a oferecer suporte emocional e psicológico, algumas vezes o apoio pode ser até mesmo financeiro.

Nem sempre as pessoas que precisam de ajuda sabem comunicar suas necessidades de forma clara, por isso a empresa precisa definir políticas de como agir em momentos difíceis, pois nem sempre o problema do colaborador fica evidente e na maioria das vezes o colaborador não tem coragem de contar que não está bem.

Pedir ajuda não é sinal de fraqueza. Todos passamos por momentos difíceis.

Muito se fala de empatia com clientes, mas muitas vezes não se fala da empatia com os funcionários e colaboradores. A implementação de práticas de empatia nas empresas pode refletir de formas positivas e pode gerar benefícios inclusive trazendo resultados para a empresa.

Funcionários valorizados e apoiados acabam se engajando mais com seus trabalhos e abraçam a empresa, criando um ambiente motivador. Dificilmente uma empresa que demonstra cuidado com seus funcionários terão perda de talentos, muito pelo contrário, nessas empresas os funcionários não costumam buscar oportunidades fora.

Muito se fala em resolução de conflitos internos e pouco se fala em apoio aos funcionários, mas funcionários que trabalham com bem-estar emocional e mental podem ter menos esgotamento mental e menos afastamento e faltas por problemas de saúde.

Uma cultura de cuidado com colaboradores, transpassa os muros da empresa. Empresas que também são conhecidas por sua cultura empática e preocupada com o bem-estar de seus funcionários. Isso atrai talentos e hoje os candidatos escolhem onde querem trabalhar e isso acaba refletindo positivamente entre os clientes e parceiros e por consequência fortalece a marca.

Mudar a cultura organizacional é uma das missões mais difíceis e demoradas, pois toda mudança leva tempo.

A força da mudança pode vir da pessoa do RH. A profissional de RH pode fazer mudanças simples como contratações mais assertivas e o “começar a ouvir as pessoas”, demonstrando interesse genuíno pelos outros.

A colaboração entre os colaboradores deve ser estimulada, trabalhos voluntários, atividades que motivem o apoio e o trabalho em conjunto.

O processo de contratação também deve ser remodelado. Avaliação de perfis comportamental, um remanejamento de talentos, a busca por profissionais com mais empatia pode gerar um movimento do bem, afinal o exemplo pode inspirar e motivar os demais a agir da mesma forma. “Sangue novo”, com novas práticas, novo perfil, nova forma de fazer o mesmo.

Criar e cultivar uma nova cultura organizacional com empatia requer tempo, esforço e comprometimento de todos, mas os benefícios de criar um ambiente empático são inestimáveis em termos de bem-estar emocional, relacionamentos saudáveis e colaboração eficaz.