Quando uma empresa é administrada por um casal, costuma-se constatar que a sua sobrevida é bem menor que a de outras modalidades de empresas familiares. Afinal, é preciso muita disciplina, discernimento, paciência e, acima de tudo, saber conceder e saber negociar quando não confundir os negócios do casal com os negócios de casal.
Situações técnicas e emocionais costumam ser confundidas e vivenciadas quando a convivência é diuturna em casa e no ambiente do trabalho. Disputa de poder, cobranças recíprocas, excesso de passividade, são alguns dos muitos exemplos da rotina de um casal conjugal e societário.
No entanto, é possível identificar casos inversos em que o contrário da tendência acima descrita, este modelo até favorece o sucesso tanto no casamento quanto nos negócios. Isto se dá quando existe uma verdadeira cumplicidade entre o casal, que manifesta sua comunhão afetiva tanto na sociedade como na vida conjugal. Laços fortes geram credibilidade na percepção do mercado. De fato, quando a empresa é concebida como fruto de um sonho comum, como um projeto querido e cuidado pelos cônjuges desde o seu início as chances de sucesso são favoráveis.
É evidente que há de se respeitar princípios básicos da gestão empresarial, como a unidade comando, transparência e planejamento estratégico, visão sistêmica do negócio, entre outros. Portanto, se o casal exercer atividades gestoras na empresa com atitudes profissionais e conviver com respeito mútuo, especialmente no que diz respeito às profissionalismo competências e habilidades recíprocas, a operação da empresa será eficaz e os assuntos conjugais caminharão por outra esfera.
Ao ler uma matéria sobre a expansão da empresa “Sorvetão Casa de Festas” (do Rio de Janeiro), chamou-me a atenção o fato de uma empresa concebida e gerenciada por um casal, mesmo numa fase de cautela em função da crise, está expandindo seus negócios por meio de franquias. Trata-se de um empreendimento da ex-paquita Andréia Sorvetão e de seu marido Conrado. Oriundos da classe artística traduziram suas vocações na criação de um negócio no segmento de entretenimento e eventos.
O que chama a atenção neste e em outros casos semelhantes é que a empresa apresenta resultados gerenciais, operacionais e financeiros melhores do que quando havia sócios externos ao casal. Eles praticam comunhão societária de forma complementar ao respeitar os limites e demarcações de atividades de cada um, praticar suas funções com disciplina profissional de modo a serem credenciados não somente a expandir suas atividades ao franqueá-lo, como também torna-lo rentável. Casar na vida e nos negócios é possível, sim, desde que haja amor por ambos.
Serenidade, técnica e discernimento são as recomendações!